Dia da Mulher Negra: momento de sensibilização e de resgate histórico

Artigo escrito por Rogéria Santos, vereadora em Salvador pelo PRB

Publicado em 25/7/2018 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 11:58

O dia 25 de julho é também o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Meu coração se enche de alegria em resgatar a história dessa guerreira, uma líder quilombola que viveu no século XVIII no Vale do Guaporé, no Mato Grosso. Assim ela foi chamada, pela identificação dada pelos portugueses da época, como uma “africana de Angola”, embarcada no porto de Benguela.

A mulher negra é a base da pirâmide social, e uma data comemorativa serve como marco, para uma luta incansável por políticas públicas que garantam melhores condições de vida, que as proteja de todas as formas de violência, e que possam inserir essas mulheres, cada vez mais, nos espaços de poder e decisão de nosso país.

Falar de mulheres e, em especial, de Benguela, é lembrar de um momento ímpar de minha vida, quando morei por alguns anos, em Benguela, e passei como missionária por várias regiões da África. Posso compreender perfeitamente porque Teresa foi esse ícone de resistência, pois a primeira lembrança que vem em minha memória, é de um lugar onde as mulheres têm muita fibra, muita garra, e trabalham exaustivamente para levar o sustento para suas famílias. Mulheres que iniciam sua labuta ainda na madrugada, com bacias na cabeça, cheias de peixe para vender, ou nas feiras e mercados onde a presença de comerciantes do sexo feminino é predominante. A mulher Benguelense tem ainda um cuidado especial com suas famílias, com seus filhos e, principalmente, cuidam umas das outras.

Eu aprendi muito com as mulheres de Benguela, e nessa linda data quero destacar o exemplo da “Rainha Tereza”, como também ela era chamada, para reforçar, mais uma vez, a necessidade de se dar a justa visibilidade às grandes heroínas negras do Brasil. Mais ainda, para incentivar o empoderamento feminino em todas as esferas da sociedade, e para que toda mulher possa ter orgulho de sua raça e de sua história.

*Rogéria Santos é vereadora em Salvador pelo PRB

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