George Hilton esteve em Nova York para o lançamento dos Jogos, que serão realizados em Palmas (TO).
Publicado em 28/4/2015 - 00:00
Nova York (EUA) – Diante de um público com indígenas do mundo inteiro, da Rússia à Nicarágua, passando por Polinésia e Canadá, o ministro do Esporte, George Hilton (PRB), apresentou na última sexta-feira (24), em Nova York, os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, que serão realizados no mês de outubro em Palmas (TO). “Os Jogos servirão não só para celebrar o modo de vida em harmonia com a natureza, mas também para preservar e valorizar a cultura e a diversidade dos povos indígenas em todos os cantos da Terra”, discursou o ministro.
O evento de apresentação fez parte da programação do Fórum Permanente sobre Questões Indígenas, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), e teve a mediação do embaixador Antonio Patriota, chefe da Missão Diplomática do Brasil na ONU. Participaram da mesa o prefeito de Palmas, Carlos Amastha, o diretor do Comitê Intertribal e articulador internacional dos Jogos, Marcos Terena, o líder indígena canadense Wilton Littlechild, e o diretor executivo dos Jogos Mundiais, Luiz Lobo. O secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento, Carlos Geraldo, também participou do evento.
O ministro do Esporte havia se reunido na véspera com a diretora do Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD), Jessica Faieta, entidade parceira do governo federal, da prefeitura de Palmas e do Comitê Intertribal na realização dos Jogos Mundiais. Por pedido do próprio PNUD, os Jogos Mundiais, previstos inicialmente para setembro, serão disputados entre 20 de outubro e 1º de novembro. Com isso, não haverá choque de datas com a Assembleia-Geral da ONU.
George Hilton (PRB-MG) lembrou que os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas farão parte de um ciclo virtuoso do Brasil na organização de grandes eventos: “Discutimos o pacto global de sustentabilidade na Rio-92; voltamos a, depois de 40 anos, reunir os países das Américas para uma congratulação por meio do esporte, com os Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007; organizamos com sucesso a Copa do Mundo de Futebol, em 2014; e nos preparamos para o maior de todos os eventos globais, os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016”, declarou.
O prefeito Carlos Amastha, colombiano de nascimento, agradeceu o apoio do Ministério do Esporte e destacou que o mundo vai conhecer, por meio de um evento de tamanha importância, as belezas de Palmas e de Tocantins. “Não nasci em Palmas, não nasci no Brasil. Sou o primeiro estrangeiro prefeito de uma cidade brasileira. E os indígenas, primeiros moradores do Brasil, foram os primeiros a me receber de braços abertos”, disse.
Idealizador dos Jogos Mundiais, Marcos Terena destacou que 43 nações demonstraram interesse em participar do evento. Ao informar que até o Vaticano pretende enviar representante, Terena arrancou gargalhadas da plateia com uma provocação aos eternos rivais argentinos: “Não sei se os indígenas argentinos querem envolver o papa Francisco na história para ganhar os Jogos”, brincou o diretor do Comitê Intertribal.
O líder canadense Wilton Littlechild, organizador de campeonatos indígenas na América do Norte, lembrou que realizou a primeira competição no Canadá em 1971. “Congratulo os povos indígenas do mundo inteiro por este dia histórico. O sonho que começou em 1971 está prestes a se concretizar.”
Modalidades
Os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas reunirão mais de dois mil atletas de aproximadamente 40 etnias. O programa de competição inclui desde modalidades indígenas tradicionais, como corrida de tora, cabo de força, arco e flecha e xikunahati (futebol de cabeça), até esportes olímpicos, como natação, atletismo e futebol.
O evento, no entanto, vai muito além da disputa esportiva. Haverá um fórum de discussão de questões indígenas, como o direito à terra e as mudanças climáticas, feira de agricultura familiar, mostra de artesanato e apresentações culturais.
Texto e foto: Paulo Rossi / Ascom – Ministério do Esporte
Edição: Agência PRB Nacional de Notícias
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