Ministério do Esporte vai destinar R$ 10 milhões ao desporto indígena neste ano.
Publicado em 22/8/2015 - 00:00
Brasília (DF) – O Secretário de Esporte e Inclusão Social do Ministério do Esporte, Evandro Garla, destacou a importância dos Mundiais dos Povos Indígenas para o planejamento das Olimpíadas em 2016. Ele participou de audiência pública na Comissão do Esporte, na última quarta-feira (19), que discutiu o assunto e informou que o ministério vai destinar R$ 10 milhões ao desporto indígena neste ano.
O mundial indígena será realizado do dia 23 de outubro a 1º novembro em Palmas (TO). Os jogos vão reunir 22 etnias nacionais e povos de 27 países, como os Estados Unidos, Argentina e Finlândia. Dentre as modalidades indígenas, estão tiro com arco e flecha, arremesso de lança, cabo de força, canoagem e corrida de velocidade rústica, e xikunahati – jogo semelhante ao futebol que permite o uso da cabeça
Oficinas temáticas
A organização do evento é articulada pela Casa Civil desde junho e envolve todos os ministérios. A ideia é testar na sede dos jogos indígenas as estruturas usadas pela organização das Olimpíadas do Rio. Um exemplo disso são as oficinas temáticas, que hoje funcionam no Rio e em Palmas, e atuam na construção de planos de segurança.
“O legado que hoje pretendemos ter após os jogos mundiais é que os indígenas tenham o direito de praticar esporte e lazer que hoje, infelizmente, isso não acontece”, ressaltou Evandro Garla.
O presidente da comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, deputado federal Márcio Marinho (PRB-BA), acredita que o ‘atleta’ indígena requer especial atenção do poder público. O republicano informou ainda que a comissão discute formas de levar aos indígenas os equipamentos para que eles possam “treinar e ser melhor do que são”.
Esporte e a cultura indígena estão interligados, acredita Karkaju da etnia Pataxó da Bahia, coordenador da 8ª edição dos Jogos Pataxó. “Temos a consciência de que essas práticas têm um cunho cultural muito forte, e não podem perder de forma alguma esse vínculo cultural. O esporte não pode passar a ser simplesmente uma competição”, defendeu.
Durante a reunião, Evandro Garla disse que a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) firmou termo de cooperação com o município de Palmas para combater a prostituição infantil de indígenas durante os jogos.
Alto rendimento
O secretário Evandro Garla não descartou a possibilidade de o ‘atleta’ indígena alcançar o nível de alto rendimento. Ele explicou, no entanto, que essa qualificação depende da avaliação do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e das federações, que foram convidadas para participar como observadores dos jogos indígenas. “É uma grande vitrine para os atletas”, assinalou.
Fonte: Agência Câmara
Fotos: Roberto Ribeiro
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