Capitão Alberto Neto defende um Estado forte contra o crime organizado

Deputado federal eleito pelo PRB Amazonas é o entrevistado da semana e falou sobre o trabalho que pretende fazer na Câmara dos Deputados a partir de 2019

Publicado em 17/12/2018 - 00:00 Atualizado em 8/6/2020 - 12:49

 

Um dos temas que mais gera preocupação no povo brasileiro é a falta de segurança pública, com o aumento da criminalidade. Na entrevista desta semana, conversamos com o republicano Capitão Alberto Neto, eleito deputado federal pelo PRB Amazonas.

Ele foi sargento da Aeronáutica e está a 11 anos na Polícia Militar do Amazonas, tendo atuado nas tropas especializadas da PM, onde desenvolveu um trabalho intenso de comunicação com a população e agora tem o desafio de legislar e desenvolver projetos para o país. Para o republicano, só há uma saída para enfrentar a violência: o Estado deve aumentar a segurança nos presídios, fortalecer a polícia e mudar a legislação penal que beneficia o bandido.  

ENTREVISTA

Agência PRB Nacional – Quem é o Capitão Alberto Neto e por que entrou para a política?
Capitão Alberto Neto – Sou capitão da Polícia Militar do Amazonas, casado, pai de dois filhos e um lutador pelas causas que envolvem Segurança Pública. Tive um embate muito forte na minha carreira contra o crime organizado e utilizei muito as redes sociais para dialogar com a sociedade, isso me possibilitou uma visibilidade muito grande. Em meio a isso, conversando com as pessoas e os colegas de polícia, cheguei a conclusão que algo precisa ser feito para enfrentar essa onda de violência no nosso estado. A ideia de entrar na política é com intuito de modificar o sistema atual, fazendo com que funcione de maneira eficiente e para fazer com que o povo volte a ter dignidade de caminhar pelas ruas e trabalhar com segurança.

 

Agência PRB Nacional – O que é preciso fazer para diminuir esses altos índices de criminalidade no Brasil?
Capitão Alberto Neto – São alguns pilares que considero primordiais. A valorização dos policiais e mudanças na legislação penal para torná-la mais prática, mais eficiente e mais dura com quem comete o crime. Por exemplo, defendo o fim da audiência de custódia, a criação de mecanismos para modificar a progressão de pena e reformulação completa do Sistema Penitenciário Brasileiro. Não dá para aceitar que um criminoso preso, dentro do presídio, comande todo o crime organizado na cidade, isso é loucura, inadmissível em qualquer lugar. O policial prende e o cara continua a vida criminosa como se nada tivesse acontecido, as vezes até de forma mais intensa. São esses três pilares, na minha visão, que precisam ser edificados para melhorar a Segurança Pública: valorização do policial, modificação da legislação e a mudança do sistema penitenciário.

 

Agência PRB Nacional – O senhor está dizendo que as prisões fortalecem as facções criminosas?
Capitão Alberto Neto – Em linhas gerais é isso mesmo. Nós prendemos um bandido que cometeu um crime e de duas uma: ou ele vai para a audiência de custódia e será liderado de maneira imediata ou vai para o presídio e lá ele continua a vida criminosa. O cara entra numa facção, passa a fazer parte e amplia o poder da facção criminosa, dentro do presídio, a facção criminosa arrecada muito dinheiro e fica cada vez mais poderosa, isso tudo faz com que os policiais e a sociedade cheguem a conclusão de que todos os esforços são apenas para enxugar o gelo. Tudo que a polícia faz, tudo que a segurança pública está fazendo, não faz efeito na vida da população. Precisamos enfrentar essa questão com muita responsabilidade e seriedade, não pode continuar assim.

 

Agência PRB Nacional – Essa mudança significa investir mais no presídios? Fazer um trabalho de ressocialização verdadeiro?
Capitão Alberto Neto – Exatamente isso. Precisamos de investimentos no sistema penitenciário e criar uma parceria com a Justiça para alinhar o entendimento sobre a Política de Direitos Humanos, que está muito equivocada. O preso tem que pagar a sua pena pelo crime que cometeu, é preciso adotar procedimentos rigorosos de disciplina dentro das prisões, onde o preso vai sabendo que vai pagar a sua pena, não pensando que vai passar uma temporada ou que vai continuar a vida criminosa. O preso precisa ter medo de ir para o presídio, hoje os bandidos não têm.

 

Agência PRB Nacional – Os bloqueadores de celulares são viáveis? Por que não foram implementados ainda no Brasil todo?
Capitão Alberto Neto – Boa pergunta. Primeiro existe um custo nessa solução e os políticos não querem investir no sistema penitenciário porque não traz votos e nem tem visibilidade diante da sociedade. Os bloqueadores não são tão caros, mas há um certo custo sim. Penso que o bloqueador do sinal de celulares não é o primordial, apesar de ser muito importante. Investir nos policiais, nos agentes de segurança, na adoção de procedimentos corretos e numa boa gestão dos presídios, já se consegue bons resultados. Alinhar o sistema prisional com o Poder Judiciário já causa um impacto muito grande, mas com certeza a gente pode começar com os bloqueadores e utilizar a tecnologia na gestão. Infelizmente, os gestores não querem investir no sistema penitenciário e estão sofrendo com a insegurança nas ruas.

 

Agência PRB Nacional – Mas ao adotar essas medidas não vamos criar uma guerra e a violência aumentará nas ruas?
Capitão Alberto Neto – Isso vai acontecer, com certeza, é inevitável. Vão queimar ônibus, tentar cometer homicídios, mas é uma guerra que precisa ser enfrentada. O Estado precisa mostrar a sua força. Eles vão mostrar a força deles e nós vamos mostrar a nossa, reprimindo o crime, colocando uma política eficiente, prendendo os bandidos e apertando mais ainda a punição dentro do sistema prisional. O preso vai passar mais tempo na cadeia, fora do crime. A gente precisa cortar visitas, aumentar as penas, mais rigor no sistema disciplinar no presídio e assim o bandido vai ter que escolher se quer ou não passar por isso. Tem um ditado no meio militar que diz o seguinte: contra a força, não há resistência. Se a gente vai enfrentar uma guerra, temos que estar prontos para isso, o Estado não pode se curvar de joelhos diante do crime organizado, algo precisa ser feito, não dá para fechar os olhos e fingir que está tudo bem porque não está. Se o Estado tiver boa vontade e quiser vencer essa guerra, nós vamos vencer. É um estágio, vamos passar por essa situação de enfrentamento e depois o controle será retomado e a população vai agradecer, pois primeiro sente os problemas, depois vem o alívio, o agradecimento, com a paz voltando a reinar em nosso país.

 

Agência PRB Nacional – Essa será sua principal bandeira na Câmara dos Deputados?
Capitão Alberto Neto – Sim, a principal bandeira será a Segurança Pública. No entanto, o Amazonas tem outras demandas urgentes e vou trabalhar para promover avanços sociais e econômicos em nosso estado. Na lista de trabalho estão as ações de apoio e fortalecimento da Suframa, da Zona Franca de Manaus  e outros projetos, vou trabalhar para criar outras matrizes econômicas capazes de fazer com que o nosso estado tenha condições de gerar emprego e renda ao povo, ou seja, levar o Amazonas para o futuro. Nosso objetivo é defender projetos para fazer com que o Amazonas não dependa tanto dos incentivos fiscais e seja um polo gerador de riquezas para o povo. Precisamos de investimentos na biodiversidade, na tecnologia e na estruturação do estado com as obras de infraestrutura necessárias, ligando Manaus ao resto do país por meio das construção de rodovias.

 

Agência PRB Nacional – Na suas redes sociais tem uma foto de uma criança correndo para o seu abraço com uma bandeira sua nas costas. O que essa foto representa para você?
Capitão Alberto Neto – Aquela imagem revela a esperança que eu tenho num mais melhor. A palavra que a gente mais escuta no caminhar com a população é esperança. Aquela criança representa isso, que o Brasil do futuro quer nos abraçar, que nós temos um país lindo para ser construído, mas que a gente precisa trabalhar muito agora. Tenho certeza que temos boas chances de construir um Brasil digno para os brasileiros. 

O Théo é uma criança autista, tem 10 anos, e é um menino muito inteligente, tem um poder comunicação incrível. É um ser que apareceu na minha vida e me motiva a ser uma pessoa melhor a cada dia. Quero ajudar muito a causa do autismo no Brasil, vou criar projetos que melhore a vida dessas crianças, com mais oportunidades para elas. Muitos pessoas, amigos que têm filhos autistas, me procuraram pedindo apoio à causa, são pessoas que precisam de ter um amparo, há uma discriminação muito grande nas escolas, há poucos professores e profissionais de educação habilitados para cuidar dessas crianças.

 

Agência PRB Nacional – O que o povo do Amazonas pode esperar do seu mandato como deputado federal?
Capitão Alberto Neto – As pessoas podem esperar muito trabalho, um parlamentar muito aguerrido, que vai tentar ser prático, como um bom militar. Não adianta muito discurso e pouco resultado, vou trabalhar muito para sanar os problemas que nós já temos e planejar o futuro para o Amazonas e para o Brasil.

Por Agência PRB Nacional
Fotos: Ascom – Capitão Alberto Neto

 

 

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