O PRB é filho e prova da democracia

Mauro Silva é presidente da Fundação Republicana Brasileira.

Publicado em 22/8/2014 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 15:52

O PRB completa nove anos de idade. Durante este tempo, é emocionante acompanhar o seu crescimento, que acontece em todas as dimensões: número de filiados, candidatos eleitos, diretórios abertos e alunos, muitos alunos, pois o PRB aposta nos cursos oferecidos pela sua Fundação (a Fundação Republicana Brasileira) como grande instrumento de relacionamento e interação com a sociedade.

No entanto, mais do que comemorar, o momento exige uma reflexão. Ela vale principalmente para nós, que apostamos e fazemos parte do PRB, para percebermos a nossa responsabilidade e o nosso lugar na história brasileira. O PRB é filho de um novo momento cuja principal característica é a democratização do jeito de fazer política. Ele é um dos primeiros e mais legítimos representantes de uma era onde a política passou a ser feita de baixo para cima, da sociedade para o Estado.

Explico: o nosso atual sistema partidário data do início dos anos 80. Para frear o sentimento oposicionista que faria o antigo MDB vencer as próximas eleições para o Congresso Nacional, os militares decidiram tornar livre o surgimento de novas legendas para fragmentar e enfraquecer seus adversários. Foi nesse período que surgiu a imensa maioria dos nossos partidos.

Tudo bem, se não fosse por um detalhe. Como a abertura aconteceu de uma hora para a outra, os partidos foram formados a toque de caixa, dentro dos gabinetes da Câmara e do Senado. Mesmo as legendas ditas populares foram criadas em cima, para depois buscarem o apoio embaixo. Por um lado, era o que dava para fazer. Por outro, os partidos começaram a padecer muito cedo de falta de legitimidade, de sustentação. Não por acaso, esta é uma das principais causas da crise de representatividade que o sistema político brasileiro vive atualmente.

O PRB, por sua vez, nasce de outra forma e em outro tempo. Longe dos gabinetes, o partido foi criado a partir das assinaturas de milhares de pessoas, organizando-se de baixo para cima. Este é um detalhe que faz toda a diferença, pois o partido emerge forjado nas ruas, costurado em torno de compromissos entre e com as pessoas, fazendo dele um fiador mais zeloso do que aquelas legendas que foram criadas sem que nenhuma assinatura popular fosse necessária.

O famoso pensador Maurice Durveger dizia que a característica presente no nascimento de um partido irá acompanhá-lo por toda a sua existência. Se a participação de poucos marcou a certidão de criação das outras legendas, uma multidão de boas pessoas testemunhou a nossa. Somos filhos legítimos da democracia e sermos responsáveis, abertos à participação, transparentes e detentores de um apurado senso de priorização das urgências nacionais é a nossa sina. A rua é a nossa manjedoura e é para ela que existimos.

*Mauro Silva é Presidente da Fundação Republicana Brasileira

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