Ensino Médio: entenda o que muda e o que fazer para se adequar

As mudanças passarão a valer a partir de 2022 e impactam não apenas os currículos, mas também a organização das escolas, que precisam se adequar

Publicado em 21/9/2021 - 10:00

Brasília (DF) – Com certeza você já ouviu falar sobre o Novo Ensino Médio, mas deve estar se perguntando o que as mudanças nele implementadas têm a ver com o seu futuro. Estas mudanças passarão a valer a partir de 2022, e vão acontecer de forma gradual, sendo que no primeiro momento focará na formação do aluno e no desenvolvimento de competências e habilidades.

Mas primeiro vamos entender quais são estas mudanças e como você deve fazer para se adequar sobre o Novo Ensino Médio, que foi estabelecido em 2017, com a alteração da Lei n.º 13.415 e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que prevê mudanças na estrutura da etapa de ensino, além de uma série de alterações que impactam não apenas os currículos, mas também a organização das escolas, que precisam se adequar.

No que diz respeito às instituições de ensino, estas precisam oferecer mais horas de aulas e ampliar o tempo mínimo do estudante na escola de 800 para 1.000 horas anuais, além do aumento progressivo da carga horária, com base em dois critérios principais de caráter obrigatório, que juntos somam 3.000 horas: a Formação Geral Básica e os Itinerários Formativos.

A implementação será iniciada de forma progressiva, com as 1ª séries do ensino médio. Em 2023 com as 1ª e 2ª séries e completando o ciclo de implementação nas três séries do ensino médio em 2024. As escolas terão cinco anos desde a publicação da Lei para ampliar a carga para mil horas anuais, que deverão ser divididas em 200 dias letivos e todas as escolas de ensino médio passarão a ter ensino em tempo integral.

A medida torna mais flexível a organização curricular, que contemple uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC), criando uma forma para que o estudante possa ter diversas possibilidades na hora de suas escolhas.

As disciplinas ficarão integradas em quatro áreas do conhecimento que permitirá o estudante escolher itinerários formativos de acordo com os seus interesses e o que planeja para ter uma carreira.

Itinerários Formativos

Os Itinerários Formativos são a parte flexível do currículo, de modo que os alunos devem escolhê-los de acordo com os seus interesses, suas habilidades e a disponibilidade da escola.

A organização dos itinerários pode ser feita de três formas:

– aprofundamento de temas e habilidades de determinada área do conhecimento e sua aplicação em diversos contextos;
– formação técnica profissional que prepara os estudantes para o mercado de trabalho; e
– itinerários integrados que combinam uma ou mais áreas do conhecimento e que podem ser complementadas pela formação técnica profissional.

Todos os itinerários devem ser estruturados por meio de eixos que conectam as experiências educacionais com a realidade e desenvolvem habilidades relevantes para a formação plena dos alunos.

O Novo Ensino Médio é considerado um período experimental, no qual o estudante pode escolher qual ou quais itinerários quer seguir, podendo mudá-lo ao longo do percurso.

Fica a critério de cada instituição de ensino escolher quais itinerários serão ofertados e ajudar os alunos a identificar seus interesses, suas aptidões e os objetivos que norteiam essa escolha.

Componentes curriculares

Deputada Maria Rosas / Foto: Douglas Gomes

O Novo Ensino Médio tem a proposta de abordar o saber de maneira mais ampla e integrada. Nas quatro áreas do conhecimento, o aluno terá acesso: Matemáticas e suas Tecnologias; Linguagens e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; E, no mínimo, 1.200 horas são flexíveis e ficarão reservados para a Formação Técnica e Profissional.

“Essa metodologia proporciona menos aulas expositivas e foca mais em projetos, oficinas, cursos e atividades práticas e significativas. Com o Novo Ensino Médio, a educação maker, conceito que foca na aprendizagem por meio de atividades e soluções práticas e está aliada à inovação, à criatividade, à sustentabilidade e à autonomia, ganha ainda mais força”, avalia a deputada Maria Rosas (Republicanos-SP), professora e vice-presidente da Comissão de Educação da Câmara.

Os demais componentes tradicionais do Ensino Médio serão abordados nas competências específicas e nas habilidades da BNCC, sendo trabalhados de forma convencional ou em outros formatos de organização.

A proposta é oferecer aos estudantes um currículo que contemple uma formação geral e um aprofundamento dos estudos na(s) área(s) de conhecimento com a(s) qual(is) eles mais se identificam.

Além disso, o Novo Ensino Médio permite uma formação técnica profissional na área de preferência do aluno, o que contribuirá para o maior interesse dos jovens em acessar a escola, colaborando para a sua permanência na instituição e para a melhoria dos resultados da aprendizagem.

Mudanças para os professores

As mudanças do Novo Ensino Médio vão obrigar os professores (as) a planejar e realizar as aulas de maneira integrada entre as diferentes áreas de conhecimento e disciplinas.

Para o itinerário de Formação Profissional e Técnica, é permitida a atuação de profissionais com notório saber, reconhecidos pelos respectivos sistemas de ensino para ministrar conteúdos relacionados a sua experiência profissional.

Conclusão do Ensino médio tardio

A deputada federal Maria Rosas lembra que de acordo com o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2020, apenas 65,1% dos brasileiros concluíram o ensino médio na idade esperada, até os 19 anos – percentual que chega a 51,2% entre os mais pobres. E 12% dos brasileiros com idades entre 15 e 17 anos estão fora das salas de aula. Segundo ela, a escola precisa conversar com a realidade atual e promover um ensino alinhado com as necessidades dos jovens e os preparar para viverem em sociedade e enfrentarem os desafios de um mercado de trabalho dinâmico.

“Por esses motivos foi considerada essencial a implementação de um novo modelo que torne o Ensino Médio mais atraente e aderente à realidade do século XXI. As mudanças da educação do Brasil buscam resultados na conexão dos adolescentes ao que é ofertado no ensino e maior inserção desses jovens ao mercado de trabalho”, pontuou a republicana.

Texto: Agência Republicana de Comunicação – ARCO, com informações do Ministério da Educação
Foto – Bando de imagem Freepik (ARCO)

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