Crivella apresenta plano de instalação de usina que transforma lixo em energia elétrica

A energia gerada será capaz de abastecer 120 mil domicílios, o que vai beneficiar cerca de 500 mil pessoas

Publicado em 16/5/2019 - 00:00 Atualizado em 8/7/2020 - 12:27

Rio de Janeiro (RJ) – O prefeito Marcelo Crivella (PRB) apresentou nesta quarta-feira (15), no Palácio da Cidade, em Botafogo, Zona Sul, o plano de instalação de uma unidade da Comlurb para transformação de lixo em energia elétrica. Deverá ser a primeira usina desse tipo na América do Sul. Crivella recebeu do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) a licença ambiental para a Unidade de Valorização Energética dos Resíduos (VER), que será instalada no EcoParque do Caju, na Zona Norte. A energia gerada será capaz de abastecer 120 mil domicílios, o que vai beneficiar cerca de 500 mil pessoas.

“É a primeira vez que vamos ter todo resto de comida, com cascas de verduras e frutas e todo lixo orgânico produzido na cidade, para gerar energia. São 30 Megawatt-hora (MWh) por dia. Além disso, vamos deixar de levar dezenas de carretas para o aterro em Seropédica, e isso vai melhorar o trânsito na Avenida Brasil. Vamos gastar menos asfalto e queimar menos combustível, diminuindo o efeito estufa e o aquecimento global”, celebrou Crivella.

A usina vai aproveitar 1.300 toneladas de resíduos por dia da coleta domiciliar para transformar em energia. A produção energética vai gerar economia de cerca de R$ 9 mil por hora. Ao todo, 14% do lixo em geral, preferencialmente orgânico, serão transformados em energia limpa (chamada Waste to Energy, em inglês). O projeto vai eliminar o trânsito de 68 carretas por dia de lixo nas vias públicas, que seriam transportadas para o Centro de Tratamento de Resíduos (CTR-Rio), em Seropédica, na Baixada Fluminense. A tecnologia é usada em 300 cidades da Europa e em outras 200 de EUA e Japão. A usina vai empregar até 300 pessoas, direta e indiretamente, sendo 50 só na operação permanente.

Ganhos ambientais importantes

Com a licença ambiental, a Comlurb está apta a iniciar, em parceria com a empresa Ciclus Ambiental, a criação da unidade. “Os ganhos ambientais e sociais serão muito significativos”, ressaltou Adriana Felipetto, presidente da Concessionária Ciclus Ambiental.

Os resíduos utilizados na VER serão provenientes das regiões AP1 (Centro, Zona Portuária, Rio Comprido, Paquetá e Santa Teresa), AP2 (Zona Sul e Grande Tijuca) e AP3 (Zona Norte). Desses pontos até a usina, o transporte será feito pela Ciclus até o Caju.

“Demos sequência a um processo de licenciamento que vinha sendo pleiteado há algum tempo, em prol do meio ambiente e da população em geral”, comentou o presidente do Inea, Cláudio Dutra.

Solução inteligente

Para o presidente da Comlurb, Tarquínio Prisco, a instalação da usina é um marco internacional. “Não há coisa parecida na América Latina. Estamos muito empolgados”, disse.

Já para Ana Lúcia Santoro, secretária estadual do Ambiente, o município do Rio está encontrando uma solução inteligente para um problema que é mundial. “A cidade do Rio está de parabéns. Aterros são problemas enterrados, mas que podem ter soluções incríveis, como essa usina”, afirmou.

A valorização dos resíduos sólidos domiciliares está alinhada à Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ao todo, serão investidos R$ 500 milhões pela iniciativa privada, financiados por bancos de fomento (BNDES, CEF ou Banco Mundial).

Texto: Ascom – Prefeitura do Rio de Janeiro
Fotos: Marcos de Paula

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