Brasil não absorve impacto da legalização

Artigo escrito por Valdemir Soares, vereador pelo PRB e presidente da Frente Parlamentar Contra o Crack e Outras Drogas da Câmara Municipal de Curitiba

Publicado em 14/7/2014 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 15:35

Não é preciso liberar a maconha para orientar a população sobre os malefícios que o uso da droga causa. Na minha visão, os usuários têm que ser protegidos deles mesmos, pois o uso recorrente de maconha os leva a autodestruição. Os prejuízos físicos e psicológicos que o entorpecente acarreta ninguém pode contestar, além do impacto social que o país não conseguiria absorver com a legalização.

No Brasil, não há médicos qualificados e profissionais de saúde habilitados para o tratamento de pessoas que usam drogas, nem tampouco leitos hospitalares e vagas em ambulatórios para a demanda. Também não há melhoria na qualidade do atendimento à população em geral e muito menos incentivo aos pesquisadores para realização de estudos nas áreas de prevenção e tratamento.

Sem a legalização, mas com informações adequadas sobre riscos e consequências do consumo de drogas evitaríamos o uso por muita gente. Entretanto, com a liberação ocorreria o contrário: a droga se disseminaria e ganharia muitos novos usuários que, somente pelo fácil acesso se convenceriam a experimentar.

Minha maior preocupação é com os jovens que estão construindo sua trajetória de futuro e precisam explorar o potencial nos estudos, esportes, em atividades com resultados garantidos pra o sucesso e não podem atrelar à juventude a diminuição da produtividade pelo uso de drogas. Não merecem ser iludidos pela fama enganosa da maconha, como foi com o cigarro há décadas atrás que conquistou novos fumantes, os quais hoje sofrem as consequências, sem mencionar os que morrem diariamente.

A liberação da maconha é no mínimo desastrosa. Além de alunos dormindo e desconcentrados durante as aulas, vamos pensar na dificuldade em identificar os compradores da maconha para uso recreativo ou medicinal, considerando ainda que o ciclo do tráfico não vai parar e a demanda que não vai acabar.

 

* Valdemir Soares é vereador pelo PRB e presidente da Frente Parlamentar Contra o Crack e Outras Drogas da Câmara Municipal de Curitiba – Paraná

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