Audiência pública discute enfermagem forense e violência contra a mulher

Debate foi conduzido pela presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, vereadora Ireuda Silva (PRB)

Publicado em 7/5/2019 - 00:00 Atualizado em 8/7/2020 - 17:53

Salvador (BA) – A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, vereadora Ireuda Silva (PRB) conduziu, na segunda-feira (6), uma audiência pública sobre a violência contra a mulher e a contribuição da enfermagem forense. O evento foi realizado na Câmara de Salvador e contou com a participação das vereadoras Aladilce Souza (PCdoB), Marta Rodrigues (PT) e Ana Rita Tavares (PMB).

“As vítimas de violência muitas vezes são levadas para o serviço de saúde pelo agressor. Elas não vão a uma delegacia por medo. Se as unidades de saúde tiverem o enfermeiro forense, possibilita a coleta de provas no local e o encaminhamento das vítimas ao serviço de proteção. Nosso esforço é para que isso se torne lei, pois é um importante passo no combate à violência”, disse a republicana.

Uma pesquisa feita pelo Datafolha, a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, traz dados alarmantes. Nos últimos 12 meses, 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento no Brasil. Já 22 milhões (37,1%) passaram por algum tipo de assédio. Ainda segundo o levantamento, 42% dos casos de violência ocorreram em casa, e mais da metade das vítimas (52%) não denunciou.

Os participantes destacaram a importância da enfermagem forense para o acolhimento da mulher e coleta de provas já no primeiro atendimento. “Estamos aqui hoje para fazer essa discussão porque é responsabilidade desse colegiado garantir os direitos das mulheres. Ter um enfermeiro forense nas unidades de saúde é importante para a redução da impunidade dos agressores e também atendimento adequado às mulheres”, disse a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), que é enfermeira.

A enfermagem forense pratica a enfermagem de forma global, interceptando o sistema de saúde e o sistema legal. Ela foca em investigar e interpretar lesões forenses resultantes de agressões físicas, em colaboração com o sistema judicial.

“Muitas mulheres vítimas de feminicídio sofreram outro tipo de violência antes. Esse acompanhamento do enfermeiro forense é importante porque muitas vezes é a chance daquela vítima denunciar, ter as provas para incriminar o agressor”, disse a perita do Instituto Médico Legal (IML), Letícia Silva.

A representante da Liga Nacional de Enfermagem Forense, Olga Sá, também destacou a contribuição do profissional para a redução dos casos de violência. “O enfermeiro realiza o primeiro atendimento às vítimas de violência. Se nesse atendimento já forem recolhidas as provas aquele caso pode ter o desfecho ideal. Não terá espaço para mascarar esse caso como acidente, por exemplo”, explicou.

Participaram da audiência também o advogado criminalista Denis Leão, o psicólogo Alfredo de Morais Neto, a enfermeira Maria Inez Morais Alves de Farias, a enfermeira forense Veruska Cruz, a analista técnica do Ministério Público, Cynthia Saad e a titular da delegacia da Mulher de Brotas, Eleneci Barbosa.

Texto e foto: Ascom – vereadora Ireuda Silva

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