A adultização e a erotização infantil: a infância roubada

Artigo escrito por Rogéria Santos, vereadora pelo PRB Salvador (BA)

Publicado em 24/10/2017 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 12:40

A cada dia, assiste-se o violar da linha do tempo na vida das nossas crianças. Para poucos, é como uma doença que atinge os estágios dos pequenos. Para a maioria, é fato social tido como normal na sociedade pós-moderna.

A adultização, que consiste na adoção de comportamentos não condizentes com a idade da criança, viola a infância. Os estágios da infância essenciais para formação do indivíduo percorrem períodos de 0 a 2 anos, 2 a 7 anos e 7 a 12 anos. Acelerar estas fases significa gerar crianças com mentes adultas inversas às suas faixas etárias. É roubar a sua infância.

Infelizmente, vive-se um grande mal, que fatal e silenciosamente se enraíza em nossa sociedade trazendo graves consequências aos pequeninos, que se estenderão até a fase adulta. É fadado porque não se poderá jamais, em momento algum, voltar no tempo para recuperar a infância que lhes foi roubada.

Todavia, não é puramente a adultização que vem expondo as crianças. Exibi-las a conteúdos inapropriados para suas faixas etárias é também roubá-las de suas infâncias, é apresentá-las à erotização infantil.

O artigo 3º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) preconiza que as crianças gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, e, como protagonistas sociais em evolução, carecem de atenção e extremo cuidado. Um subproduto de adulto não é uma criança, e sim, um ser humano “coisificado”. Transformá-los em adultos é cortar pela raiz de cada uma o direito de descobertas que moldarão o seu caráter e que lhes farão verdadeiros sujeitos de transformação.

Clamamos à sociedade: Não tirem de nossas crianças o direito de serem crianças, de rirem, brincarem e viverem a inocência, permitam-nas que sejam e vivam apenas como crianças. Não roubem sua infância, não violem seus estágios de vida.

*Rogéria Santos é vereadora pelo PRB em Salvador Bahia

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