Valquíria Rezende assume presidência do PRB Palmas

Tragédia e política de gênero

Artigo escrito por Valquíria Rezende, coordenadora estadual do PRB Mulher no Estado do Tocantins

Publicado em 30/1/2017 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 13:53

Quando embarcou para a morte, no bimotor PR-SOM, no aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, ao lado do patrão e da mãe, a jovem Maíra Lidiane Panas Helatczuk, de 23 anos, não tinha a menor ideia de que da noite para o dia, se tornaria famosa pela fantasia da sociedade brasileira.

O fato de estar na mesma aeronave que seguia para Paraty com o ministro Teori Zavascki e o dono do Hotel Emiliano, Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, homens de mais idade, as duas mulheres que também se encontravam no avião, fez com que os brasileiros fantasiassem situações e as julgassem, sem ter certeza de nada. Por que as primeiras manifestações nas redes sociais levaram a acreditar que Maíra Lidiane Panas Helatczuk fosse uma mulher de programa?

De fato, as pessoas sempre querem encontrar um desvio de conduta nas outras pessoas, penso que seja a necessidade de justificar a própria pequenez diante do outro. A intenção nem é acusar, mas encontrar algo que denigra a individualidade de cada um. Talvez diminuindo a pessoa, conseguiremos ressaltar as nossas virtudes.

Nossa sociedade rotula a mulher jovem, bonita e profissional liberal como garota de programa. A mediocridade inicia no conceito e termina na pobreza do pensamento.

O que cada um faz de sua vida, por acaso, e problema de quem?

Mais uma vez, a imprensa ressalta a importância e a necessidade da defesa da política de gênero. Fossem todas as vitimas do sexo masculino, haveria apenas lamentação ou heroísmo.

Como Maíra Lidiane levava a mãe, o veneno de muitos diluiu na verdade. Mas a maldade ainda impera em comentários indelicados e de piadas nas redes sociais.

É imperioso perceber a necessidade do investimento na educação e na reflexão sobre a política de gênero, as mulheres não precisam de espaço amplificado para sobressair aos homens, precisam, sim, lutar e investir na política de gênero, buscando a equidade.

Nossas crianças e jovens têm o direito de aprender que a vida deve ser usada para produzir o bem na comunidade. Independente do sexo, todo ser deve lutar pela felicidade, assim, podemos retribuir a Deus o milagre da existência.

*Valquíria Rezende é coordenadora estadual do PRB Mulher no Estado do Tocantins

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