A falta de acesso aos itens básicos de higiene íntima faz com que materiais inadequados sejam usados como substitutos
Publicado em 8/4/2022 - 10:30
Rio de Janeiro (RJ) – Entre tantos problemas enfrentados pelas mulheres em situação de vulnerabilidade social, a pobreza menstrual atinge cerca de 29% das jovens em todo país. A pauta está sendo debatida nas Assembleias Legislativas de todo país e na Câmara dos Deputados.
No último dia 1º foi sancionada a Lei 9.616/22, de autoria do deputado Danniel Librelon, e de coautoria da deputada Tia Ju, que determina a distribuição gratuita de absorventes para mulheres em situação de rua. O programa tem o objetivo de promover à saúde menstrual como ação de saúde pública, além de combater a falta de recursos para a aquisição de produtos de higiene e outros itens necessários para o período do ciclo menstrual.
De acordo com a norma, os itens serão entregues pelo Serviço de Abordagem Social e pelos Centros de Referência Especializada para População de rua, os absorventes feitos com materiais sustentáveis terão preferência nas licitações. O Governo deverá promover campanhas informativas sobre a saúde menstrual e suas consequências para a qualidade de vida da mulher.
A falta de acesso aos itens básicos de higiene íntima faz com que materiais inadequados sejam usados como substitutos.
Segundo uma pesquisa da indústria de absorventes, 50% das entrevistadas já precisaram substituir os absorventes por papel higiênico, roupas velhas ou toalha de papel, o que não é seguro e por exemplo, pode ocasionar infecções no trato urinário, nos rins e lesões nos órgãos reprodutores femininos.
“Essa é mais uma vitória em prol das mulheres em situação de vulnerabilidade do Estado do Rio de Janeiro. A partir do último dia 1º de abril, o governo do estado deve oferecer a distribuição para mulheres em situação de rua que não têm acesso a esses insumos para garantir o mínimo de dignidade para elas, afirma tia Ju.
A pobreza menstrual é caracterizada pela falta de acesso a recursos, infraestrutura, e até conhecimento por parte de mulheres para cuidados que envolvam a própria menstruação. Considerando que, ao longo da vida fértil, a mulher menstrua de 400 a 500 vezes e, a cada ciclo menstrual, usa em média de 20 a 25 absorventes a um preço por unidade que varia entre R$0,30 e R$0,70. O gasto mensal aproximado é de R$20,00. Estima-se que uma mulher utilize 10 mil absorventes durante toda a sua idade fértil, o que pode resultar em uma despesa de cerca de R$8 mil.
Fonte: USP / Ascom Alerj
Edição: Ascom Mulheres Republicanas Nacional
Foto: cedida