Prêmio Maria Felipa volta a ser presencial e realiza uma das melhores edições de sua história 

A iniciativa é da vereadora licenciada de Salvador, Ireuda Silva

Publicado em 31/7/2022 - 10:53

Salvador (BA) – Após dois anos remoto, o Prêmio Maria Felipa retomou o formato presencial em 2022 e realizou, na noite do último dia 25, uma das melhores edições nos 13 anos de história. Conduzida pela vereadora licenciada de Salvador, Ireuda Silva (Republicanos/BA), a cerimônia, que lotou o Teatro Jorge Amado, homenageou mais de 20 mulheres negras com trajetórias marcadas pelo empoderamento e pela luta contra o machismo e o racismo. O prêmio também se consagra como a principal comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha e ao Dia Nacional da Mulher Negra. 

Também transmitido pelas redes sociais, na avaliação de Ireuda, o grande público presencial e online mostra o interesse cada vez maior das pessoas tanto pelo prêmio quanto pelo tema. “O Prêmio Maria Felipa é hoje a principal homenagem concedida a mulheres negras na Bahia, talvez no Brasil. O projeto nasceu no âmbito do Legislativo, mas transcende esses limites. Nunca se falou tanto na importância de se combater o racismo e o machismo, males que promovem desigualdade, opressão, discriminação e ceifam milhares de vidas mundo afora”, pontuou. 

Em seu discurso de abertura, Ireuda destacou a força e a coragem de Maria Felipa, marisqueira e pescadora baiana que foi uma das protagonistas na luta pela Independência da Bahia. “O dia de hoje significa resistência e autonomia do que realmente somos. Precisamos falar sobre a mulher que dá origem ao entendimento para gerar um prêmio como este. Maria Felipa foi uma mulher com uma visão à frente de seu tempo. Precisamos fazer o recorte, foi uma mulher negra, escravizada. Ela entendia que a Bahia não podia continuar detida por homens que só iriam tirar proveito do nosso bem maior. Fico muito emocionada quando falo sobre ela, porque aquela era uma época de repressão. Diferente de hoje, que temos muitos mecanismos”, descreveu. 

Quem foi Maria Felipa? 

Maria Felipa de Oliveira foi uma marisqueira e pescadora que viveu na Ilha de Itaparica. Assim como Joana Angélica e Maria Quitéria, ela lutou pela Independência da Bahia. Em 1823, liderou um grupo composto por mais de 200 pessoas, entre as quais estavam índios tupinambás e tapuias, além de outras mulheres negras, nas batalhas contra as tropas portuguesas que atacavam a Ilha. Conta-se que o grupo foi responsável pela queima de pelo menos 40 embarcações portuguesas. 

Texto: Ascom Ireuda Silva 

Foto: cedida 

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