O home office é um avanço para as relações de trabalho?

Artigo escrito por Maria Rosas, deputada federal pelo Republicanos São Paulo

Publicado em 29/3/2021 - 16:02

O cenário de profundas transformações mundiais em razão da pandemia de covid-19 modificou as relações de trabalho, que hoje recebe influências que vão desde as mudanças de comportamento das organizações e colaboradores, até o posicionamento dos sindicatos e amparo nas leis trabalhistas.

Estamos na era do teletrabalho – muito mais abrangente, uma vez que pode ser realizado de qualquer lugar fora da empresa, utilizando meios tecnológicos que permitam sua execução à distância, sendo o home-office uma das suas modalidades.

Aqui, na Câmara, também aderimos ao home office e, mesmo na pandemia, tivemos um ano muito produtivo. Atualmente, estou como secretária Estadual do Mulheres Republicanas e o nosso trabalho tem sido realizado por meio de videoconferência para seminários, cursos, eventos e reuniões, avançando nas demandas e levando resultados muito positivos em todo o estado de São Paulo. Somente no ano de 2020 foram realizadas 25 reuniões só com o Mulheres Republicanas. Os encontros em ambiente virtual aproximaram ainda mais as candidatas às últimas eleições, elegendo 63 vereadoras, três prefeitas e quatro vice-prefeitas em São Paulo. Esse é o resultado de um trabalho duro para promover a inclusão das mulheres nas esferas políticas. As reuniões virtuais possibilitaram também mais motivação e sugestões para a elaboração de novos projetos.

Nesta situação, é planejar e organizar o trabalho para que os funcionários tenham as mesmas condições de infraestrutura em suas casas, de forma a não comprometer os resultados planejados das operações. Ao funcionário, cabe ter disciplina e autogerenciamento para cumprir suas obrigações perante à organização.

Com a alteração das condições de trabalho, fica alterado também um dos principais aspectos, a “jornada de trabalho”, que não é mais medida nem controlada por hora, mas sim por entrega realizada. Outra implicação é o pagamento de horas extras, pois sem um controle formal das horas extraordinárias, a remuneração pode ficar comprometida. Pela lei, é necessário que haja um controle entre as partes.

Há quem prefere trabalhar presencialmente, pois costuma considerar pontos positivos, como maior proximidade e interação com os colegas de trabalho, mais agilidade na resolução de problemas, horários bem definidos para início e término da jornada, além de almoço, consciência de estar em um local específico para trabalhar. Muitos profissionais e empresas alegam que em casa, tem aumento nos custos com energia e água, nem sempre há um ambiente adequado para se trabalhar e as atividades podem ser interrompidas por instabilidades na internet.

No entanto, as pessoas que preferem trabalhar em home office apontam vantagens, como o tempo que não é mais gasto com deslocamento, o fato de não ter de enfrentar trânsito ou problemas com transporte público, melhora na qualidade de vida (embora não aconteça sempre assim para mulheres com filhos, que já relatam estresse e cansaço), diminuição de uso de assistência médica em consequência da melhora da qualidade de vida, como mais horas de sono, maior facilidade para adequar a agenda pessoal com a agenda profissional, ter mais tempo disponível para se dedicar a cursos e treinamentos,  flexibilidade nos horários e a sensação de maior conforto. Para as empresas, a diminuição nos gastos com aluguel, transporte e alimentação.

Mesmo antes da pandemia, de acordo com as estatísticas home office, o modelo de trabalho já tinha uma presença considerável no Brasil: em 2018, um levantamento realizado pelo IBGE mostrou que 3,8 milhões de brasileiros trabalhavam de maneira remota.

Com vantagens ou não, o home office parece estar num processo que veio para ficar. Várias empresas já estão determinando cerca de 30% de seus cargos para que os ocupantes trabalhem na forma de home office uma ou duas vezes por semana. Estão, aos poucos, aculturando seus colaboradores a essa nova modalidade de trabalho.

Com o desenvolvimento tecnológico da comunicação, num futuro muito próximo não fará mais sentido, para muitos profissionais, ir até a empresa para trabalhar. Como republicana, apoio a tecnologia e suas inúmeras possibilidades e, acredito que a utilização do home office já é resultado da globalização em tempos de pandemia.

Artigo escrito por Maria Rosas, deputada federal pelo Republicanos São Paulo

 

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