Ireuda Silva alerta para o alto índice de assassinato de negros na Bahia

A republicana disse que os crimes revelam a “fase mais hedionda e sanguinária do racismo”

Publicado em 17/12/2020 - 14:00

Salvador (BA) – Vice-presidente da Comissão de Reparação da Câmara Municipal de Salvador, a vereadora Ireuda Silva (Republicanos) demonstrou revolta com um dado que atesta o genocídio que assola as pessoas negras na Bahia e no Brasil. De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos 650 mortos pela Polícia Militar em 2019, 97% são negros.

“Vidas negras importam? ” É o que o mundo se questiona nos últimos meses. A resposta está em números como esses, que revelam a face mais hedionda e sanguinária do racismo no nosso estado. Além de perguntar se vidas negras importam, também podemos refletir se a realidade dos negros e negras no Brasil, mudou tanto assim depois da abolição da escravatura. Naquele período, o índice de mortalidade entre os escravizados era altíssimo, tanto pelas más condições sanitárias, quanto pela alimentação precária, trabalho sub-humano e os constantes assassinatos. Hoje em dia, a situação da juventude negra das periferias não é semelhante a isso?”, avalia Ireuda, que também é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher.

Outros estados lideram o ranking, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro. “Enquanto na Bahia os negros são 76%, em São Paulo são 35%. No entanto, ao analisarmos a proporção de negros entre as vítimas de violência letal, a predominância de pretos e pardos é bem superior à composição da população, ou seja, negros são os que mais morrem independentemente do tamanho da população negra, do lugar”, diz relatório da Rede de Observatórios da Segurança.

Para Ireuda, as ações policiais são mais violentas contra pessoas negras, que, segundo ela, são frequentemente tachadas de criminosas sem qualquer ato flagrante. “A cor da pele já é suficiente para que sejamos rotulados da pior forma possível. Entendo quando dizem que a carne negra é a mais barata do mercado. De fato, a sociedade precifica a vida humana tendo a cor da pele como critério”, acrescenta.

Texto e foto: Ascom – vereadora Ireuda Silva

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