Empreendedorismo: necessidade ou oportunidade?

Artigo escrito por Marcilene Soares, secretária estadual do Mulheres Republicanas do Paraná

Publicado em 14/7/2022 - 11:42

Brasília (DF) – Segundo o relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2021, a necessidade dos brasileiros diante da crise econômica ocasionada pela pandemia do Covid 19, gerou o crescimento do empreendedorismo. Dos entrevistados na pesquisa, 48,9%, mencionaram que iniciaram o seu próprio negócio, e 50,5% destes negócios nasceram pelo critério da necessidade de sobrevivência no mesmo período. O Brasil, teve grande destaque, pois saltou da 13ª colocação para a 7ª posição no ranking mundial de empreendedorismo dentre 50 países estudados.

O empreendedorismo criou alternativas aos brasileiros, alcançando mulheres chefes de família, jovens e idosos. Houve registro em 2021, que 14 milhões de pessoas iniciaram seus negócios, representando a considerável parcela de 10% da população adulta, que diante da necessidade tiveram a oportunidade de estar à frente de seu próprio empreendimento, em especial num contexto pandêmico e repleto de incertezas. Ainda podemos ressaltar os desafios das mulheres de empreender e ser bem-sucedida em meio à crise da Covid-19, a pesquisa apontou que 25% dos empreendimentos femininos ativos em 2021 se iniciaram na pandemia. O Brasil soma mais de 30 milhões de mulheres empreendedoras.

Esse total corresponde a quase metade do mercado empreendedor (48,7%), e cresceu 40% só em 2020, conforme dados da Rede Mulher Empreendedora. A pesquisa aponta que 7 em cada 10 empreendedoras relatam ser totalmente ou parcialmente independentes financeiramente. Mesmo com este cenário, as mulheres ainda têm dificuldades em conseguir acesso a empréstimos e financiamentos. O estudo indicou que 42% das empreendedoras brasileiras que solicitaram crédito tiveram seus pedidos negados. Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), concluiu que das mulheres que seguiram trabalhando durante a pandemia com manutenção de salários, 41% afirmaram trabalhar mais na quarentena, e 40% afirmaram que a pandemia e a situação de isolamento social colocaram a sustentação da casa em risco.

Na região Sul do nosso país, dentre os três estados, o Paraná até abril de 2022, por meio do empreendedorismo, em especial pelas micro e pequenas empresas, foi responsável por quase 80% do total de vagas de emprego criadas no Brasil. De acordo com levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), e pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho, 7 em cada 10 pessoas contratadas no Paraná, no regime CLT, originaram de empregadores proprietários de pequenos negócios.

Considerando o perfil de superação da população brasileira, reafirmaram segundo os dados mencionados, que diante das necessidades econômicas trazidas pelas medidas restritivas sanitárias, transformaram as necessidades em oportunidades, com principal objetivo de manter a suas respectivas famílias e ainda de proporcionar emprego para outras, utilizando a inovação, tecnologia e criatividade para adaptação dos seus negócios.

Como cidadã, mãe, mulher e empreendedora, acredito no potencial dos brasileiros para estarem à frente de novos empreendimentos, para tanto há necessidade de criarmos políticas públicas, para dar condições e qualificações para os empreendedores, com aumento de programas que visam a gestão do seu negócio, ampliando ainda a grade curricular com a inclusão de disciplinas de empreendedorismo, tecnologia de informação e finanças no ensino básico, acrescido do olhar e tratamento humanizado aos nossos empreendedores.

O Mulheres Republicanas do Paraná, tem contribuindo com o crescimento e incentivo do empreendedorismo para as mulheres, com iniciativas realizadas pelas Secretarias Municipais, a qual recentemente no município de Roncador/PR, promovem curso de panificação para as mulheres, e no Município de Campo Largo, num evento de mulheres em dezembro/2021, foi entregue um certificado de Honra ao Mérito para uma empreendedora regional, valorizando o empreendedorismo feminino.

Os índices apontam que os brasileiros enfrentaram crises e diante da necessidade, encontraram a alternativa que foi o empreendedorismo, todavia muitos brasileiros precisam de políticas públicas eficazes para dar oportunidade para os jovens, mulheres, homens e idosos de serem donos do seu próprio negócio, gerando renda e oportunidade de empregabilidade para muitos, destacando o principal que é uma oportunidade de renda para sua família.

Artigo escrito por Marcilene Soares, secretária estadual do Mulheres Republicanas do Paraná
Foto: cedida

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