Descomplicando a legislação: Cenário Político Brasileiro – uma real necessidade de mudança

Negligenciar a força da mulher no momento é negligenciar a própria vida daquelas estão na luta, na batalha, pelos direitos já conquistados e pelos que ainda estão em pauta por essa igualdade.

Publicado em 18/7/2022 - 14:40

Artigo escrito por Virginia Souza, especialista em Direito Eleitoral, Civil e Processual Civil do Mulheres Republicanas Nacional

O gráfico do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apresenta de forma clara como devemos estar firmes, cada vez mais, e não abandonarmos a causa em nome de todas as mulheres que necessitam da representatividade feminina efetiva no poder político, para que sejamos respeitadas como mães, filhas, profissionais, com plena competência de atuar na esfera política tanto quanto os homens, que ocupam essa maioria exorbitante no cenário político brasileiro atual.

Ao analisarmos, percebemos que os dados são assustadores ao se levar em consideração o fato de sermos a maioria do eleitorado, e por vivenciarmos, diariamente, atos violentos dentro e fora dos ambientes familiares e corporativos, e do Poder Público.

Negligenciar a força da mulher, no momento, é negligenciar a vida daquelas que estão na luta, na batalha, pelos direitos já conquistados e pelos que ainda estão em pauta por essa igualdade.

Infelizmente, o Brasil ainda figura quase como a lanterninha da representação das mulheres no Parlamento.

É essencial que a mulher amplie seus espaços nas diversas instâncias sociais, pois sem a conquista de poder, nossos direitos e, inclusive, a luta pela igualdade, contra a discriminação e contra o machismo, ficam limitados.

É muito importante disputar o poder, exercer o poder enquanto mulher, com características próprias, com sensibilidade, com senso de justiça, com a preocupação ética no trato da coisa pública.

Mesmo com a introdução das cotas de participação das mulheres, são necessárias outras ações afirmativas para que as cotas não se transformem apenas em obrigatoriedade, sem efetiva divisão e parceria entre homens e mulheres na condução das questões políticas/públicas.

São inúmeros os relatos das mulheres que já atuam algum tempo no cenário político sobre as enormes dificuldades da convivência preconceituosa com os seus parceiros. Elas sabem que a introdução das cotas não significa garantia de uma real mudança no campo dos valores. Recomenda-se que os partidos criem fóruns de participação das mulheres, exemplifico o próprio Republicanos, que dá essa voz através do movimento Mulheres Republicanas, organizando atividades de base, preparando-as para o envolvimento nos processos eleitorais.

Todos os movimentos como este significam mais um motivo para engrossar as fileiras dos movimentos sociais como um todo, das organizações de cidadania ativa e, por que não dizer, dos partidos políticos na busca de informação qualificada e de oportunidade real de articulação e intervenção para, de fato, fazermos a diferença e mudarmos a visão deste cenário e do gráfico demonstrado inicialmente.

Continuamos juntas em mais um desafio! Estou à disposição de todas vocês!

Um beijo no coração de cada nobre republicana!

 Dra. Virgínia Souza – OAB/RJ183.189
Advogada do Movimento Mulheres Republicanas Nacional e especialista em direito eleitoral, processual civilFoto: cedida

 

*Os artigos publicados no Portal Republicanos são de responsabilidade de seus autores.

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