Parlamentar destaca que é fundamental enfrentá-lo diariamente para impedir sua perpetuação
Publicado em 21/11/2024 - 17:01
João Pessoa (PB) – No mês que marca as reflexões sobre a Consciência Negra, o Mulheres Republicanas destaca a Lei 576/2023, de autoria da deputada estadual Francisca Motta (Republicanos-PB), que cria o programa de conscientização e combate ao racismo recreativo no estado da Paraíba. A nova lei estabelece diretrizes claras para enfrentar esse gravíssimo problema. “Essa lei cria um programa na Paraíba para combater o racismo recreativo, identificando e denunciando práticas racistas disfarçadas de piadas ou entretenimento. O programa inclui a promoção da igualdade racial, com ações educativas em escolas e locais de trabalho, além de incentivar empresas a criar canais de ouvidoria para acolher denúncias”, explicou a parlamentar.
A urgência de enfrentar o racismo estrutural
Francisca Motta chama atenção para a necessidade de medidas concretas diante da permanência do racismo estrutural no Brasil, um país com população majoritariamente negra. “Infelizmente, o passado de mais de trezentos anos de escravidão ainda permanece presente e vivo no imaginário de grande parte da população. Isso se dá, em grande medida, pela manutenção de conceitos, ideias, imagens e falas que acabam por manter os preconceitos vivos”, afirmou.
A parlamentar reforçou que as formas mais sutis de preconceito, como o racismo recreativo, são particularmente difíceis de identificar e combater. “Devido ao uso de maneira descontraída, o racismo recreativo acaba sendo difícil de ser identificado e, por consequência, difícil de ser combatido. Dessa maneira, se faz necessário e urgente que se criem medidas e ferramentas que facilitem a identificação no momento em que acontece e que, por consequência, seja denunciado e combatido para que não se perpetue.”
Exemplo de racismo recreativo
Um caso que ilustra a urgência de ações como as propostas pela lei foi o desenvolvimento de um jogo eletrônico chamado “Simulador de Escravidão”, que chegou a ser disponibilizado na plataforma Google Play. O jogo, que incentivava a exploração da força de trabalho negra, foi removido apenas após uma onda de indignação coletiva nas redes sociais. “Esse tipo de dispositivo recreativo, que utiliza a desumanização produzida pelo racismo como forma de entretenimento, reforça estereótipos raciais e naturaliza preconceitos. Precisamos combatê-lo com firmeza”, destacou Francisca.
Compromisso do Mulheres Republicanas
Para o Mulheres Republicanas, o combate ao racismo recreativo vai além de uma questão legal; é uma luta por transformação social e conscientização coletiva, considerando que a aprovação de iniciativas como esta da deputada Francisca Motta são extremamente necessárias para proteger a população negra e construir uma sociedade mais justa e inclusiva em todo o país.
Por Ascom – Mulheres Republicanas Nacional