Artigo escrito pela 1ª suplente de senador, Liziane Bayer (RS)
Publicado em 30/3/2023 - 12:44 Atualizado em 4/4/2023 - 10:47
Ir contra a maré da opinião pública é tarefa árdua, mas às vezes, necessário. É o caso do significado de uma expressão usada à exaustão – “o empoderamento feminino”. Seja por interesses político-ideológicos, seja por simples repetição, o termo foi reduzido em real sua dimensão, excluindo a imensa parcela das mulheres. Conseguiram transformar este conceito em luta entre os sexos. E, de tanto que foi reforçada essa visão, formadores de opinião consagraram uma espécie de estereótipo de mulher empoderada.
Enquadra-se neste rótulo a executiva que prioriza o trabalho e não depende de ninguém. Ou uma militante radical, que pretende viver fora das convenções sociais e expressa suas fortes opiniões contra quem pensa diferente. Talvez, por sermos marteladas com essas imagens, a maior parte de nós pensa justamente nestes perfis quando falamos no tema.
Mas será que um conceito tão amplo pode ser resumido a esses tipos de mulher? Uma advogada que decidiu abrir mão da carreira para cuidar do filho pode ser empoderada? E uma mulher que decidiu sua vida à família ou à caridade? E a avó que cuida dos seus netos enquanto a filha garante o sustento da família?
Enfim, só pertence a categoria quem segue a cartilha estabelecida sabe-se lá por quem? Ora, o empoderamento não pode ser patrimônio de um grupo político e empurrado goela abaixo por setores que se consideram donos da opinião pública.
A verdadeira empoderada é aquela que tem liberdade para fazer suas escolhas – a CEO de uma multinacional, uma líder comunitária ou dona de casa. A possibilidade está aberta a todas. Seguiremos empenhadas na construção dos nossos caminhos, enfrentando os preconceitos que existem. Mas não deixemos que nos imponham o que não queremos apenas para sermos aceitas.
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Artigo escrito pela 1ª suplente de senador, Liziane Bayer (RS)
Foto: cedida