Artigo escrito por Ana Lúcia, professora, vereadora de Recife e secretária do Mulheres Republicanas Pernambuco
Publicado em 28/4/2021 - 08:00
O novo coronavírus, o Covid-19, fechou as portas das escolas de ensino regular e profissionalizante em todo o Brasil. Cerca de 48 milhões de estudantes deixaram de frequentar as atividades presenciais nas mais de 180 mil escolas de ensino básico espalhadas por todo país como forma de prevenção ao aumento de contágio do novo vírus, como afirma os dados do último censo escolar divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep (2019).
Com o novo cenário, os profissionais da educação tiveram que buscar saídas com brevidade para dar continuidade às atividades pedagógicas. Adaptar o currículo escolar presencial para a modalidade de ensino a distância (EAD) com a introdução de novas metodologias, apoiadas em tecnologias digitais. De uma hora para outra, professores e estudantes tiveram que aprender rápido a utilizar novas ferramentas Tecnológicas de Comunicação e Informação (TICs).
Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) , cerca de 4,8 milhões de crianças e adolescentes, na faixa etária de 9 a 17 anos, não têm acesso à internet em casa. Um recorte que corresponde aos exatos 17% de todos os brasileiros nessa faixa etária. Ou seja, a educação a distância revela realidades bem desiguais . O ensino remoto para os estudantes que não possuem os recursos necessários para o acompanhamento das aulas online, acentua ainda mais a exclusão no acesso à educação.
Mesmo para os estudantes com acesso a internet é preciso somar esforços para aprender e administrar o tempo em casa, desenvolver a disciplina para estudar no modelo EAD. Tudo isso, acrescentado ao contexto de estresse e ansiedade, por estarem dentro de casa, e longe da convivência dos amigos durante as restrições sanitárias impostas pelo novo vírus.
Isso quer dizer que, os desafios da educação em tempos de pandemia da Covid-19 são inúmeros e não serão vencidos rapidamente, é preciso, com urgência, uma revisão e adequação do modelo atual de educação mediada por tecnologia através de novos formatos que garantam a aprendizagem significativa dos estudantes, assim como propiciam que essa jornada educativa seja avaliada e reavaliada de forma assertiva. Para isso, evidentemente, não se buscará apenas por novos formatos tecnológicos, todavia de infraestrutura competente de formação dos professores e outros profissionais da educação.
Buscar modelos híbridos de ensino (presencial + remoto) que possam ser capazes de garantir o melhor para os educadores e estudantes e, uma vez implantados de forma competente, colaboraram diretamente na transição para modelos mais remotos em tempos de pandemia ou não.
Artigo escrito por Ana Lúcia, professora, vereadora de Recife e secretária do Mulheres Republicanas Pernambuco