Artigo escrito por Ossesio Silva, deputado federal pelo Republicanos Pernambuco e secretário nacional do Idosos Republicanos
Publicado em 23/9/2021 - 09:34
Setembro Amarelo é o mês de prevenção ao suicídio, que oportuniza a reflexão sobre um triste cenário: o crescente índice de suicídio entre idosos.
O suicídio se tornou um grave problema de saúde pública. Segundo o último relatório epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde sobre o assunto, a taxa geral de suicídio entre os brasileiros é de 5,8 para cada 100 mil habitantes, enquanto entre pessoas com mais de 70 anos, ela sobe para 8,9 por 100 mil habitantes.
O assunto é envolto em tabus, o que faz com que seja necessário romper as barreiras do silêncio e se falar abertamente sobre o assunto. Trazendo a baila informações e esclarecimentos sobre os sinais, sintomas, consequências, dentre outros aspectos que possam contribuir para a coibição desse ato extremo, contribuindo para que novos casos possam ser evitados.
Segundo especialistas, muitas vezes, o desejo de antecipar o fim da vida está associado à depressão, à perda de saúde, de autonomia e de papéis sociais. Além disso, outras questões, como a violência contra os idosos, que, infelizmente, tem aumentado significativamente, contribui para o aumento de casos. Mas nem sempre os sinais são tão explícitos — por isso a importância de ouvir o idoso e acolhê-lo.
Observa-se que, apesar de ter múltiplas causas e se manifestar de forma individual, o suicídio também pode ser determinado por questões sociais. Diante dessa realidade, e visando a prevenção e tratamento desse mal que impacta toda nossa sociedade, em 2019, por meio da Lei 13.819/19 que criminaliza a indução a automutilação, o governo Federal instituiu a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio a ser implementada pela União, em colaboração com os Estados, Municípios e Distrito Federal.
Essas ações conjugadas devem passar pela política de conscientização da sociedade, da família e do próprio idoso, uma vez que 90% dos casos de suicídio podem ser prevenidos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ademais, culturalmente, precisa-se desmistificar o conceito que se estabeleceu ao longo dos anos, reduzindo o envelhecimento a incapacidade ou a um fardo a se carregar, relegando o idoso ao isolamento social. É importante valorizar a sabedoria e a experiência desses cidadãos promovendo um envelhecimento ativo, digno, com reconhecimento social e familiar.
Por isso, ampliar o debate e promover o esclarecimento a respeito da realidade do suicídio e suas formas de prevenção, bem como fomentar e mobilizar o poder público na construção de políticas públicas que promovam o envelhecimento ativo, incentivando práticas mais integradoras e inclusivas, são ações de caráter educativo essenciais para combater o silêncio, o preconceito e o tabu que alimentam esse mal que tem ceifado vidas.
Onde buscar ajuda para prevenir o suicídio?
• Unidades Básicas de Saúde (Saúde da Família, Postos e Centros de Saúde);
• UPA 24H, Samu 192, Pronto Socorro, Hospitais;
• Centros de Apoio Psicossocial (Caps), uma iniciativa do SUS; e
• Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita).
Artigo escrito por Ossesio Silva, deputado federal pelo Republicanos Pernambuco e secretário nacional do Idosos Republicanos