Dia Internacional da Juventude: a celebração da emancipação

Artigo escrito por Renato Junqueira, secretário nacional do Jovens Republicanos

Publicado em 12/8/2019 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 10:41

Mais um 12 de agosto chegou! Esta data foi escolhida há 20 anos durante a Assembleia das Nações Unidas e é celebrada em diferentes cantos do mundo.

Hoje, sabendo da relevância histórica desta data, propomos uma comemoração em tom de emancipação. E para isso, entendemos a emancipação como um pensamento a ser libertado.

Sabemos que a juventude nada mais é do que uma transição para a fase adulta. É nesse período que a maioria de nós acumulamos a maior carga de energia,
força e informação.

Diferentemente do que se costuma ouvir por aí, arriscaria dizer que a juventude é o momento em que estamos mais preparados para enfrentar a vida. E é por isso que nessa data propomos a celebração da emancipação de algumas ideias negativas a respeito do que é ser jovem.

A primeira ideia que precisamos combater é aquela que diz que o jovem é o futuro da nação. Pelo contrário, a juventude é o presente e também será o futuro da
nação. Pensamentos como esses privam a juventude daquilo que é tão precioso nessa época de vida que é a vontade de agir, propondo que eles só serão capazes de tomar
boas atitudes e contribuir com a sociedade quando deixarem de ser jovens. Afirmações como essas reforçam a ideia de uma juventude totalmente apática que está vivendo o presente, aguardando que alguém tome atitudes em seu nome. E assim, só se despertarão para vida quando tornarem-se adultos por completo.

Como segunda ideia errada na qual a sociedade precisa se emancipar está aquela que compreende a juventude como sinônimo de inexperiência. Quem nunca
ouviu dizer que o motivo da alta taxa de desemprego entre os jovens tem a ver com a baixa experiência no mercado de trabalho? De fato, isso pode ter sido uma realidade no nosso passado recente. Todavia, a estrutura e a divisão social do trabalho foi transformada na tão falada pós-modernidade. Isso significa dizer que estar preparado para o mercado de trabalho hoje não implica necessariamente em ter a carteira de trabalho coberta por longas passagens em diversas empresas.

Atualmente, o que conta muito é o domínio dos recursos tecnológicos disponíveis e isso os jovens cada vez mais possuem experiência de sobra. Qual adulto nunca teve problemas com seu smarthphone e procurou o auxílio de um jovem a respeito de algum aplicativo a ser instalado? E falando em mercado de trabalho, a caneta e o bloco de notas perderam definitivamente lugar para os tablets, softwares e até mesmo os drones. Aparelhos que por incrível que pareça são quase brinquedos nas mãos dos mais novos.

Outra visão a ser liberta é aquela que representa o jovem como expressão da revolta com tudo que está posto. Para muitos, a juventude significa baderna, falta de
ordem. De maneira alguma queremos construir uma juventude silenciada pela mordaça.

Vivemos num ambiente democrático, no qual a oposição de ideias é algo essencial. No entanto, acreditamos em uma juventude ordeira que sabe mesclar aquilo que tem de
melhor, criando propostas de soluções inovadoras para a comunidade. Por isso, acreditamos que a ferramenta para colocar esse plano de ação em prática é o empreendedorismo.

Inclusive, em pesquisa recente realizada pelo Ibope em parceria com a operadora Vivo, que entrevistou 400 jovens de diferentes regiões do país, foi
concluído que empreendedorismo é o propósito de vida de 60% deles.

Portanto, a palavra-chave para os jovens é a emancipação, pois precisamos acabar com os argumentos de que os jovens não vão adiante em função dos maus investimentos em educação, cultura e lazer. De fato, nossa Constituição Federal assegura todos esses direitos e muito mais. E sem dúvida todos eles são necessários. Todavia, com a
nossa curtíssima experiência democrática e com apenas 30 anos de Constituição, já vimos o cobertor ficar bastante curto quando colocamos o Estado como o principal
gestor de todas as políticas para essa juventude.

Em razão disso que insistimos na emancipação dos jovens, não só no Brasil, mas aos jovens do mundo inteiro. É momento de propor algo novo, trabalhar com os recursos disponíveis e inovar com os potenciais que estão às nossas mãos.

No Dia Internacional da Juventude, celebre a emancipação!

*Renato Junqueira é secretário nacional do Jovens Republicanos 

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