SUS deverá realizar exames para detectar câncer em mulheres

SUS deverá realizar exames para detectar gene do câncer em mulheres

Gilmaci Santos defende realização de exame para detecção dos genes BRCA1 e BRCA2 em mulheres com histórico familiar de câncer de mama ou de ovário

Publicado em 16/10/2019 - 00:00 Atualizado em 24/6/2020 - 18:12

São Paulo (SP) – Embora o número de mortes por câncer de mama no Brasil esteja abaixo da média mundial, com uma taxa de 62,9 casos por 100 mil mulheres, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o diagnóstico precoce continua sendo a maneira mais eficaz para aumentar as chances de tratamento da doença.

Esta preocupação em garantir prevenção e evitar que mais mulheres venham a óbito fez com que o deputado estadual Gilmaci Santos (Republicanos –SP) apresentasse, em 2015, Projeto de Lei 1199/2015, que garante a realização de exames de detecção de mutação genética dos genes BRCA1 e BRCA2 em mulheres com histórico familiar de diagnóstico das doenças.

Esta é a ideia da proposta do parlamentar, que está pronta para ser votada, desde 2016, pelo plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo. O texto determina que o exame seja oferecido à população por meio de convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS).  Inclusive, Gilmaci apresentou, no ano passado, requerimento para que a proposta tramite em caráter de urgência e o pedido foi acatado pelos demais deputados.

“Com frequência as mulheres procuram nosso gabinete com demandas em relação ao câncer de mama e de útero. Isso nos levou a propor este projeto para que as mulheres, principalmente as que já têm um histórico da doença na família, sejam as primeiras a terem direito a fazerem este exame. Se o Executivo estadual regulamentar isso logo, vamos garantir a realização de exames e evitar muitos óbitos”, contou Gilmaci no quadro Republicanos em Pauta desta semana.

O procedimento para identificar os genes BRCA1 e BRCA2 ficou mundialmente conhecido após ser realizado pela atriz norte-americana Angelina Jolie. A atriz estava preocupada com o seu histórico familiar, já que sua mãe morreu em 2007, pouco tempo após ter a doença diagnosticada.

O exame, segundo a proposta do republicano, já foi incluído na cobertura dos planos particulares de saúde brasileiros no final de 2013. No Rio de Janeiro, por exemplo, foi aprovada uma lei batizada de Angelina Jolie que autoriza o estado a assinar um convênio para realizar exames de sequenciamento genético em mulheres com histórico de câncer de mama ou de ovário na família.

“A propensão ao câncer de mama entre mulheres não obesas, que não fazem reposição hormonal e não têm histórico familiar da doença gira em torno de 10%; quando há o histórico familiar em parentes de 1º grau (mãe ou irmã) o risco sobe para 13%, entretanto, este risco pode chegar a 70% ou 80% quando há histórico familiar e existe a presença do gene defeituoso ou mutante. De acordo com o Dr. Simon, do hospital Albert Einstein, o melhor tratamento para mulheres que possuem a mutação do gene é a cirurgia preventiva, a mesma realizada pela atriz de Hollywood Angelina Jolie, no entanto, a descoberta precoce depende da realização dos exames BRCA1 e BRCA2, só que para a grande maioria das mulheres paulistas não caberia no orçamento familiar fazer o exame”, explica Gilmaci com base nas informações do médico especialista.

Exame custa caro

O exame é disponibilizado na rede privada de saúde, mas chega a custar até R$ 6,8 mil, conforme informação de laboratório particular em Brasília, em pesquisa feita durante a produção desta matéria.  Pelo teste é possível observar se a paciente tem uma mutação nos genes BRCA1 e BRCA2. No caso da atriz Angelina Jolie, ela possuía uma mutação no gene BRCA1, o que representa um risco de 87% de desenvolver câncer de mama e de 50% de sofrer câncer de ovário.

Mortalidade

Números do Datasus, do Ministério da Saúde, de 2013 a 2017, aponta que 473.762 mil mulheres foram a óbito vítimas de câncer no Brasil. No ano de 2017, por exemplo, 101.639 mulheres morreram por causa da doença. Segundo o INCA, são estimados 59.700 novos casos de câncer de mama em 2019.

Campanha

O INCA e o Ministério da Saúde lançaram a campanha Outubro Rosa 2019, que reforça três pilares estratégicos no controle da doença: prevenção primária, diagnóstico precoce e mamografia A campanha, que inclui cartazes, foldersbanners e cards para impressão e utilização nas redes sociais, foi criada para divulgação não apenas em outubro, mas ao longo do ano inteiro, porque o cuidado com as mamas deve ser uma preocupação permanente. O mote da campanha é “Cada corpo tem uma história”.

Assista o Republicanos em Pauta com o deputado Gilmaci Santos



Texto: Agência Republicana de Comunicação (ARCO)
Foto: Ascom – deputado estadual Gilmaci Santos 

Reportar Erro
Send this to a friend