Procuradoria da Mulher promove ações do Outubro Rosa no Pará

Procuradoria da Mulher promove ações do Outubro Rosa no Pará

Organizada pela procuradora da Mulher, deputada Professora Nilse, campanha de combate ao câncer de mama reuniu centenas de pessoas em Belém

Publicado em 30/10/2019 - 00:00 Atualizado em 25/6/2020 - 08:55

Belém (PA) – Centenas de mulheres e homens tomaram as ruas de Belém no domingo (27), durante a 1° caminhada Outubro Rosa “Prevenção e Combate ao Câncer de Mama” promovida pela Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Pará e a bancada feminina.

A caminhada teve início às 9h na avenida Presidente Vargas em direção à praça Batista Campos, com o objetivo de chamar a atenção para a prevenção da doença, e alertar a sociedade paraense sobre o câncer de mama e do colo de útero.

“Sabemos das dificuldades enfrentadas por quem busca tratamento contra essa terrível doença, e nos unimos na luta para que possamos ter um tratamento mais digno e humanizado, desenvolvendo projetos e fiscalizando a rede estadual de atendimento aos pacientes oncológicos. Gratidão a todos que vieram e trouxeram suas famílias para caminhar por esse gesto tão nobre, que é o esclarecimento e a prevenção do câncer de mama”, destacou Professora Nilse, procuradora da Mulher.

A servidora pública Eliana Maria da Costa Rodrigues, de 54 anos, diagnosticada com câncer há três anos, fez um depoimento durante o ato. “Eu trabalhava muito e estava numa viagem a trabalho quando meu lado esquerdo paralisou, foi o primeiro sinal. Fui ao médico e ele disse que poderia ser coluna, fui medicada sem saber de fato o que seria. Ao retornar para Belém, quando estava numa palestra fui tentar segurar uma pasta e não tive como, foi o segundo sinal. A partir daí fui verificar o que eu tinha e para minha surpresa, era câncer de mama. Recebi o resultado com dois dias, abri e vi quatro manchas no meu seio esquerdo, li o laudo, a partir de então fui para inúmeras consultas, vários dias para conseguir a minha primeira no Hospital Ophir Loyola. Fiquei revoltada com o que presenciei ali, mas hoje sigo firme na luta, ajudando a outras mulheres. Estou curada do câncer de mana e sei que muitas conseguem, mas precisei ir para o Ministério Público atrás dos meus direitos”.

Estatística

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no mundo todo, depois do câncer de pele não melanoma. Representa cerca de 25% de todos os casos novos de câncer. São 1,38 milhões de novos casos e 458 mil mortes pela doença por ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) mostram que em 2019, 59.700 mulheres devem desenvolver câncer de mama no Brasil. A Região Norte deve registrar 1730 casos novos até o final de 2019, sendo 740 novos casos no Pará e 360 em Belém.

Como em quase todo o mundo, a incidência brasileira do câncer de mama vem aumentando ano a ano a uma taxa de cerca de 2% anuais. As causas dessa tendência de aumento são multifatoriais. Cada fator influencia o risco parcialmente, o que contribui para um aumento agregado no número de novos casos. Atualmente, o câncer de mama é o terceiro tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil.

Pará

O estado tem capacidade de realizar 350 mil mamografias ao ano com destaque no aumento de 10% na realização de mamografias de rastreamento em mulheres de 50 a 69 anos de idade, tendo sido realizadas 16.035 de janeiro a junho de 2019, contra 15.643, no mesmo período de 2018. O Pará pretende mudar o cenário do câncer de mama, que é apontado como o segundo entre as mulheres, perdendo apenas para o de colo do útero. De acordo com a Coordenação Estadual de Atenção Oncológica, o Pará registrou 627 casos de câncer de mama em 2017, 659 em 2018 e 250 em 2019 até o momento. Desse quantitativo, 47% ocorreram em mulheres na faixa etária entre 50 e 69 anos, seguida de 29% em quem possuía de 40 a 49 anos. Considerando esses números, que ainda preocupam, além de trabalhar na ampliação de serviços para cumprir a lei 12.732, que estabelece 60 dias no máximo entre o diagnóstico e o início do tratamento para pacientes com câncer, a Sespa atua junto às instituições do SUS para que reduzam cada vez mais esse tempo.

A mamografia no Brasil tem o pior cenário dos últimos seis anos. Pesquisadores da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia, acabam de concluir um estudo que revela que o percentual de cobertura mamográfica de 2018 nas mulheres na faixa etária entre 50 e 69 anos atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é o menor dos últimos seis anos, com uma cobertura bem abaixo dos 70% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Prevenção

A adoção de hábitos saudáveis, como uma boa alimentação e exercícios físicos regulares, representa o que os especialistas chamam de prevenção primária, que pode evitar alguns tipos de câncer. O câncer é uma doença que resulta da interação entre fatores ambientais e genéticos do indivíduo. Entretanto, uma parcela pequena dos tumores malignos são considerados hereditários (até 10%). A maioria está relacionada à exposição a fatores ambientais.

Texto e fotos: Ascom – deputada estadual Professora Nilse 
Edição: Agência Republicana de Comunicação (ARCO)

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