Papel da imprensa: informar ou manipular a informação?

Artigo escrito por Vinicius Carvalho, presidente do PRB São Paulo, advogado especialista em Direito do Consumidor e colunista da Seção Direito do Consumidor no Portal PRB

Publicado em 7/5/2012 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 12:26

Amigos, estamos aqui refletindo sobre o papel da imprensa, essencial à manutenção da democracia. Seria inconcebível acreditar que organizações criminosas conseguem infiltrar seus simpatizantes dentro deste setor da sociedade. Sabemos que os tentáculos dos que vivem à margem da lei já obtiveram acesso a membros do executivo, legislativo e judiciário. Não é de desconhecimento público este fato. Muito se critica, mas pouco se faz para mudar esta realidade.

Enquanto não tivermos uma transformação social, primeiramente pela educação familiar, começando dentro de casa; seguindo pela valorização dos professores, sendo respeitados principalmente pelos gestores públicos; e terminando pela demonstração efetiva dos mais altos valores republicanos (ética, honradez e comprometimento); estaremos fadados ao declínio da sociedade.

O que deixaremos para nossos filhos e netos?

Quisera eu que esta reflexão saísse do papel e pautasse as reuniões dos doutos sociólogos, antropólogos e mais um montão de “logos”, que na verdade precisam valorizar mais o pragmatismo, a objetividade e o senso para transformar este cenário.

O que diremos acerca destas coisas? Não podemos deixar que a imprensa caia em descrédito, assim como os outros poderes da sociedade.

Ainda neste sentido, muitos que viveram a época da ditadura sabem o que é ser tolhido em seu direito sublime de expressão. A tão falada liberdade de expressão.

Eis a frase de Descartes, que permeia o pensamento de existência de uma sociedade consciente: “Penso, logo existo!” Quando o povo é impedido de pensar, ou melhor, de ter a liberdade de raciocinar por si mesmo, agir livremente de acordo com sua cognição, que diferença este sistema tem da antiga ditadura? É isto que está começando a acontecer e ainda não perceberam.

A meu ver, muitos que estão à frente de veículos de comunicação, seja jornal de bairro, rádio comunitária ou grandes jornais e emissoras de rádio e TV, ao agirem a fim de manipular a informação ou induzir o povo a pensar segundo seus interesses próprios, estão atuando igual àqueles que praticaram atrocidades mundiais, subjugando o povo com suas vontades e interesses mais ferinos.

Se fizermos uma análise profunda sobre a questão, se vocês pararem um segundo para refletir, verão que hoje em dia está acontecendo a mesmíssima coisa. Somente mudaram os atores, mas a prática, guardadas as proporções, tem sido a mesma.

Querem ver? Analisem o cenário político no estado de São Paulo. O Celso Russomanno sempre esteve à frente nas pesquisas de intenção de votos até a entrada de Serra. Mesmo assim, a maioria dos veículos de comunicação, principalmente os que mais recebem dinheiro dos governos Federal, Estadual e Municipal, através das secretarias de comunicação, por isso são dependentes do dinheiro público para sobreviver, sempre procurara ilegitimar o Celso Russomanno, tentando manipular e induzir o povo a pensar que não passava de “fogo de palha”. Algo que não vai adiante.

Digam-me se é ou não uma atrocidade esta atitude da imprensa e de alguns profissionais, que estão há anos entrando nos lares das pessoas, através do rádio ou da televisão? É como abusar da inocência de uma pessoa que foi colocada sob seus cuidados.

Vou além…

Agora, com o Serra, o Celso Russomanno está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto e é o pré-candidato com o menor índice de rejeição, mas, mesmo assim, esses veículos mercenários (porque trocaram a ética, honradez e comprometimento pelo dinheiro dos patrocínios publicitários), não fazem sequer menção ao nome do segundo colocado nas pesquisas. Falam apenas dos candidatos apoiados pelos governos Federal, Estadual e Municipal.

Não acredito que a evolução da consciência humana esteja acontecendo em sentido inverso.
Assim, se os antiéticos da imprensa ainda não se deram conta de que a população amadureceu em senso crítico e discernimento, cabe-nos, como participantes deste processo evolutivo, alertar o que está acontecendo. Tomara que um dia as pessoas possam banir de suas vidas os que subestimam sua inteligência.

Vivam em paz!

*Vinicius Carvalho é presidente do PRB São Paulo, advogado especialista em Direito do Consumidor e colunista da Seção Direito do Consumidor no Portal PRB

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