Marcos Jorge fala sobre o crescimento do PRB Roraima

O entrevistado da semana é superintendente da Pesca e Aquicultura em Roraima

Publicado em 11/11/2013 - 00:00 Atualizado em 18/6/2020 - 11:30

Neste mês ele entregará, às comunidades do Baixo Rio Jauaperi, o Título que garante a permanência dos trabalhadores da pesca em suas comunidades tradicionais. Trata-se de um protocolo de intenções junto a Superintendência do Patrimônio da União em Roraima para regularizar a situação fundiária dos ribeirinhos roraimenses, é o projeto Águas de Macunaima. “Roraima é hoje o segundo maior produtor de peixe em tanques escavados do País”, destaca Marcos Jorge atual Superintendente da Pesca e Aquicultura do estado. Além disso, o entrevistado conta também a sua trajetória como presidente do PRB Roraima que obteve um dos melhores resultados do partido em todo o País.

ENTREVISTA

1- Como começou a sua carreira política no PRB Roraima?

M.J. – Minha carreira começou como abonador da criação da sigla e, em seguida da minha filiação, fui nomeado presidente regional em maio do ano de 2007, pelo então presidente nacional e hoje deputado federal Vitor Paulo. Sou presidente regional do PRB no estado, mas estou licenciado da função administrativa desde março deste ano pelo fato de haver ingressado no Ministério da Pesca e Aquicultura.

2- Quais momentos o senhor destacaria do período de sua liderança frente ao partido?

M.J. – Posso afirmar que somos uma família e todos os nossos pares empenharam-se muito na estruturação do PRB com vistas à eleição de 2014.Aumentamos nosso quadro de potenciais pré-candidatos e queremos disputar o governo. O PRB hoje é dono de uma das melhores estruturas partidárias de Roraima. Não só em termos representativos, já que temos um deputado federal, três deputados estaduais, dois vereadores na capital e nos municípios interioranos, como também, o vice-prefeito de Amajarí. Mas, por termos nos preocupado com a qualidade dos quadros mais até do que com a quantidade.

3- E qual a sua avaliação das últimas eleições no Estado?

M.J. – Posso afirmar que conseguimos superar as mais otimistas expectativas com relação ao último pleito. Em Boa Vista, tivemos 30% dos votos válidos com a candidatura do deputado estadual Mecias de Jesus à prefeitura. E só não ganhamos porque a oposição dividiu-se em três candidaturas e não houve segundo turno na capital, pois Boa Vista não atingiu o número de 200 mil eleitores. No estado em 2010, somamos 9,8% dos votos válidos proporcionais. Obtivemos alguns dos melhores resultados do partido em todo o País. Esse reconhecimento nas urnas se deve, claro, à qualidade dos nomes apresentados, como o do deputado federal Jhonatan de Jesus. Ao respeito obtido por membros do partido, como o do nosso presidente nacional Marcos Pereira, e ao compromisso de respeito com o bem público e com os anseios da população.

4- Atualmente, o senhor comanda a Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura em Roraima. Como é lidar com o desafio de representar o Ministério da Pesca e Aquicultura no seu Estado?

M.J. – É uma grande responsabilidade, pois estamos lidando com a vida de milhares de pessoas que precisam do nosso olhar atento. Nossos pescadores e pescadoras são pessoas humildes, sofridas, e que trabalham pesado para sustentar suas famílias. Por isso, organizamos um calendário anual de atendimento itinerante em todo o estado, de forma que possamos atualizar suas carteiras de pescador in loco, inclusive nas comunidades ribeirinhas mais distantes do Baixo Rio Branco, bem como verificar o andamento de projetos importantes voltados para a classe pesqueira como o Minha Casa, Minha Vida, o Pronatec e o Plano Safra da Pesca e Aquicultura.

5- Qual a importância do setor para o desenvolvimento social e a segurança alimentar no Estado?

M.J. – Roraima é hoje o segundo maior produtor de peixe em tanques escavados do País. Produzimos, em 2012, mais de 12 mil toneladas e, neste ano, deveremos superar esta marca. Grande parte de nossa produção vai para o vizinho estado do Amazonas onde o tambaqui tem grande aceitação. Estamos gerando emprego e renda em Roraima na aquicultura através do empreendedorismo de nossos produtores, associado ao investimento federal via Plano Safra da Pesca e Aquicultura, lançado em outubro de 2012 pelo Ministro Crivella e a Presidente Dilma, o qual subsidia a produção aquícola de todo o país com taxas anuais de 2% a 3,5%. A OMS preconiza que cada pessoa consuma pelo menos 12 quilos de pescado por ano, e nossos produtores roraimenses estão ajudando a suplantar este índice que atualmente está na casa dos 11 quilos per capta no Brasil.

6- Quais as metas que a Superintendência se comprometeu para ajudar a alavancar o crescimento do setor pesqueiro no Estado?

M.J. – Nos comprometemos, principalmente, com o crescimento das operações de crédito aos nossos pescadores e aquicultores via Plano Safra da Pesca e Aquicultura-PSPA, numa articulação conjunta com os bancos oficiais, pois sem financiamento, não há crescimento significativo no setor. Roraima ocupa hoje a primeira colocação nacional neste ciclo de 01 ano do PSPA em liberação de recursos por contrato, seguido por Goiás e Rondônia respectivamente, tendo sido aplicados até setembro mais de 14 milhões de reais em nossa produção aquícola e suplantando nossa meta em quase 30%.

7- Conte-nos… Como tem sido trabalhar com o ministro Marcelo Crivella?

M.J. – Muito gratificante, pois o Ministro Crivella tem a preocupação de ouvir a todos, desde as organizações de classe aos órgãos de pesquisa, dos Superintendentes aos ribeirinhos, enfim, a todos antes de tomar qualquer decisão. Sua inquietação em querer fazer sempre mais e com inteligência, pois os recursos no MPA são escassos, são fonte de inspiração para nós que estamos na ponta. O Ministério da Pesca e Aquicultura tem avançado muito em sua gestão, e dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), mostram que a aquicultura é um dos setores de produção animal com crescimento mais acelerado no País. De acordo com a agência da ONU, a produção da pesca e aquicultura vai superar na próxima década a produção de carne de gado, porco e frango. Sem dúvida, tem sido uma experiência sem igual trabalhar com o Ministro Marcelo Crivella.

11_11_13_entrevista_da_semana_marcos_jorge0028- O senhor tem alguma novidade para antecipar para o Portal PRB?

M.J. – Sim… Firmamos um Protocolo de Intenções com a Superintendência do Patrimônio da União em Roraima para regularizarmos a situação fundiária dos nossos ribeirinhos em todo o estado num projeto denominado “Águas de Macunaima”. Já está sendo feito todo o levantamento para a outorga dos Termos de Autorização de Uso Sustentável-TAUS, que funciona como um Título, o qual trará a garantia de permanência desses trabalhadores da pesca em suas comunidades tradicionais. Em novembro faremos a entrega de 42 nas comunidades do Baixo Rio Jauaperi.

9- De que forma a Superintendência pretende otimizar tanto o consumo do peixe para pessoas de baixa renda, quanto o lucro das vendas do aquicultor familiar?

M.J. – Um assunto importantíssimo é o acesso da população ao pescado, e o MPA tem oportunizado a venda direta do aquicultor familiar, bem como dos pescadores, ao consumidor final de baixa renda com preços até 50% abaixo do praticado nos mercados, através do Caminhão Feira do Peixe. Em Roraima o Caminhão está permissionado à Secretaria de Pesca e Aquicultura local, e tem rodado todos os bairros periféricos da capital vendendo o tambaqui, peixe nobre, entre R$ 4 e R$ 5, o quilo. Ou seja, o quilo do peixe mais barato que o quilo de frango. Dessa sorte, o Ministério da Pesca e Aquicultura estimula produção e consumo, pois a população ganha com um alimento rico e saudável mais barato em sua mesa e o produtor ganha mais vendendo por um preço mais justo.

10- Para finalizar, ser 10 é?

M.J. – É poder empreender. É superar vaidades pessoais em nome de projetos coletivos. É ter a habilidade de fazer melhor!

Por Eulla Carvalho / Agência PRB Nacional
Edição: Jamile Reis / Agência PRB Nacional
Fotos: Douglas Gomes

 

Reportar Erro
Send this to a friend