“2016 será o ano do PRB no Brasil e na Bahia”, afirma Márcio Marinho

Em entrevista, o deputado federal Márcio Marinho destacou a atuação na Comissão de Esporte, falou sobre as eleições 2016 e a trajetória política.

Publicado em 30/11/2015 - 00:00 Atualizado em 9/6/2020 - 18:02

A entrevista da semana é com o deputado federal pelo PRB Bahia, Márcio Marinho, radialista e apresentador de TV,  casado, pai de uma jovem de 21 anos e um adolescente de 14. Sua primeira eleição foi em 2002, quando foi eleito para deputado estadual na Bahia. Quatro anos depois, em 2006, disputou a eleição para deputado federal, tendo ficado como suplente, porém assumiu o posto em 2008. Já em 2010, disputou novamente a vaga na Câmara dos Deputados e foi eleito. Nas eleições de 2014, foi reeleito com quase 120 mil votos.

Em entrevista à Agência PRB Nacional, Marinho, que é presidente da Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, contou um pouco da sua história de vida, falou sobre a infância difícil no Rio de Janeiro e o início na política na Bahia. Márcio Marinho destacou ainda sua preocupação com o legado das Olimpíadas de 2016, a atuação da bancada federal do PRB e as metas do partido para as eleições municipais do próximo ano.

 

ENTREVISTA

Agência PRB Nacional – Deputado, como foi a sua infância? Quais as principais lembranças que vem à memória quando o senhor lembra daquela época?

Márcio Marinho – A minha infância se deu na cidade de Cabo Frio, no interior do Rio de Janeiro. Sou de uma família muito pobre de nove irmãos. Minha mãe era faxineira da Prefeitura e meu pai um simples pedreiro e com uma vida muito difícil. Nos faltava tudo. Foi uma dificuldade enorme que passamos naquele período na década de 80. Me recordo de ter passado por enchente, de ver tudo na minha casa ser levado pela água. O meu pai começou a beber muito e ele se tornou um homem muito violento, batia muito na gente e isso acabou marcado muito a nossa infância. Ele batia na minha mãe também naquela ocasião, até que isso ocasionou uma separação dos dois. Nesse mesmo período, eu perdi dois irmãos afogados em um mesmo mês e isso marcou muito a minha vida, até mesmo porque, a partir daí, eu tive que assumir a responsabilidade da minha casa com apenas 12 anos de idade.

Foi muito triste até porque eu tinha vários sonhos, como o de ser jogador de futebol que, modéstia à parte, jogava muito bem e cheguei a jogar um pouco no Cabofriense Futebol Clube, mas tive que sair para trabalhar. Parei de estudar na 5ª série e fui trabalhar na construção civil. Muito sol e chuva, uma dificuldade muito grande, mas eu tinha que levar o pão para dentro de casa. Por conta dessa responsabilidade e da pouca idade, eu tentei, por várias vezes, até tirar a própria vida, mas graças a Deus isso não aconteceu. Eu tive uma oportunidade a partir daí de ter um contato com a fé. Não tem como deixar de falar da fé, até porque eu sou resultado dela. Ela fez nascer dentro de mim uma vontade de viver, de entender que eu tinha e poderia ter uma vida diferenciada e superar todas as dificuldades, traumas e preconceitos.

 

Agência PRB Nacional – Deputado, a partir de que momento o senhor desejou seguir a vida pública?

Márcio Marinho – Comecei a fazer um trabalho religioso em vários municípios e vários estados e, com esse trabalho, eu acabei chegando na Bahia. E lá, fazia um trabalho religioso de ajudar as pessoas com ações sociais. Fui também para a televisão para fazer um programa que tinha um contato muito grande com o povo. Com isso, eu acabei tendo a oportunidade de participar da política. Eu entendi que com um mandato poderia ajudar muito mais as pessoas, foi isso o meu início na política.

 

Agência PRB Nacional – Como foi esse início, qual foi a primeira eleição que o senhor disputou?

Márcio Marinho – Eu concorri como deputado estadual na eleição de 2002, no Estado da Bahia. Como sou do interior do Rio de Janeiro e além disso negro, me senti em casa com a hospitalidade do povo baiano, que hoje considero a minha terra. Concorri a deputado estadual, tendo apenas um ano e pouco de residência na Bahia e a população já me deu o voto de confiança me elegendo deputado estadual na primeira eleição disputada. A partir daí, comecei a vida na política até chegar aqui na Câmara dos Deputados.

 

Agência PRB Nacional – O senhor assumiu o primeiro mandato de deputado federal em 2008 e em 2009 ingressou no PRB. Na época da filiação, o PRB era considerado um partido nanico na Câmara. Como está a realidade do partido com a ampliação da bancada? O que mudou?

Márcio Marinho – O PRB nasceu para ser um partido de oportunidade e lá no início, da criação do PRB, eu percebi que esse partido nasceu para fazer história e para participar efetivamente das decisões do país. Em 2009, eu fui o primeiro deputado do PRB na Bahia. Naquela ocasião, fizemos a campanha e consegui me reeleger nas eleições de 2010 e  formamos uma bancada com oito deputados federais. Naquele momento, estávamos passando por um período de transição, em que o PRB já mostrava força, tanto é que participávamos da reunião do Colégio de Líderes das principais decisões do país. Mas queríamos muito mais e sabíamos que podíamos ter muito mais. Com o crescimento do PRB na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, participamos efetivamente das principais decisões desse país. Hoje, não tem como nenhum governo tomar decisão sem ouvir a nossa bancada. Até porque a bancada é muito diversificada e temos parlamentares de, praticamente, todos os estados da federação. A situação que passa o norte e nordeste, a gente responde; as questões do sudoeste, os deputados respondem, ou seja, temos parlamentares que cobrem todas as regiões geográficas do país. Não somos mais um partido nanico, somos um partido de porte que está à frente das principais decisões que impactam o Brasil.

 

Agência PRB Nacional: Como presidente da Comissão do Esporte na Câmara dos Deputados, o senhor tem debatido temas de grande relevância para o país. Qual o balanço que o senhor faz da atuação frente ao colegiado?

Márcio Marinho – O crescimento do partido, nos possibilitou o comando do Ministério do Esporte com o deputado federal George Hilton, que tem feito um brilhante trabalho. Além disso, nos permitiu, também, presidir uma comissão temática e permanente, que é a Comissão do Esporte. Quando chegamos ao colegiado, tinha uma lei que estava sendo debatida há dois anos na Câmara dos Deputados. Colocamos o assunto em pauta e logo virou a Medida Provisória nº 671, enviada pelo ministro George Hilton, que renegociava as dívidas dos clubes. Sabemos que os clubes passam por dificuldades financeiras muito grandes. É evidente que assumimos esse debate junto com os demais deputados da comissão. Fizemos várias audiências públicas e estabelecemos muitos contatos com o Ministério do Esporte, que de forma muito dedicada participou efetivamente da discussão da MP com a Comissão do Esporte, quando chegamos à aprovação dessa medida, fazendo com que ela virasse uma lei para permitir que os clubes pudessem renegociar as dívidas.

Na pauta da comissão, realizamos vários debates sobre o direito de imagem, futebol feminino, questões de várias modalidades que de um certo modo não vinham tendo a atenção do próprio governo federal e colocamos esses temas em destaque com a participação de pessoas importantes, principalmente, das secretarias executivas do Ministério do Esporte para contribuir com o encaminhamento de propostas. Está sendo muito bom, não terminou ainda, mas estamos conversando com vários segmentos do meio esportivo junto ao Ministério do Esporte, para que possamos oferecer um fôlego melhor a fim de que eles possam fazer esse trabalho muito importante, que é a prática do esporte de várias modalidades no país.

 

Agência PRB Nacional – E com relação aos Jogos Olímpicos de 2016, como tem sido a atuação da Comissão do Esporte?

Márcio Marinho – Temos feito várias visitas para acompanhar, principalmente, as instalações dos equipamentos que estão sendo construídos para as Olimpíadas. Já fizemos várias visitas ao Rio de Janeiro, acompanhamos inúmeros testes para verificar se os equipamentos estão funcionando a contento ou não. As coisas estão caminhando de forma muito positiva. O Brasil não vai deixar a desejar em hipótese alguma. Além disso, outra preocupação nossa é com o legado deixado pelos Jogos Olímpicos. Visitamos vários países para saber o que foi feito com os equipamentos. Fomos ao Canadá e percebemos que boa parte da infraestrutura foi construída dentro das universidades. Isso possibilitou a garantia da manutenção dos equipamentos, que é caríssima, e também assegurou o acesso da população a esses equipamentos.

Acabamos de chegar de uma viagem oficial à China, onde visitamos as universidades de esporte tanto de Xangai quanto de Pequim e constatamos que boa parte dos equipamentos foram construídos nas universidades também. A preocupação é que esses equipamentos sejam autossustentáveis do ponto de vista de que não se perca o dinheiro da população, mas que se faça daquilo uma mola propulsora para que o Poder Público devolva à população todo dinheiro investido nas construções. Temos essa preocupação com o Brasil. O que vamos fazer com esses equipamentos depois das Olimpíadas de 2016? Apresentamos, o ministro George Hilton e eu, uma proposta para criarmos a Universidade do Esporte no Rio de Janeiro, uma vez que já temos os equipamentos construídos e já teremos 70% do caminho andado para formar uma universidade de esporte. Isso tem sido uma batalha da nossa comissão. Então, do ponto de vista das Olimpíadas de 2016, da infraestrutura, o Brasil está de parabéns.

 

Agência PRB Nacional – Na avaliação do senhor, a gestão do Esporte no Brasil está correspondendo às expectativas dos atletas e da população?

Márcio Marinho – Eu acredito que sim. Tanto é que agora saímos de uma Olimpíada e o resultado foi positivo, nós crescemos. Significa dizer que se a gente cresce é porque estamos tendo as condições para isso. Mas, a gente quer e deseja muito mais. É evidente que o próprio governo federal, com várias ações de financiamento para os atletas, tem permitido essa oportunidade do Brasil fazer a diferença. Eu acredito que a gente tem crescido, mas reconheço que precisamos de mais investimentos na área de esporte. Eu tenho certeza que não vamos fazer feio e vamos sair com várias medalhas, engrandecendo o Brasil. A população brasileira, que tem no sangue o futebol e o esporte de uma maneira geral, ficará muito feliz com a vitória dos nossos guerreiros atletas.

 

Agência PRB Nacional – Está na hora de colocar o Esporte na pauta da Educação Brasileira?

Márcio Marinho – É evidente que sim. Eu tenho 45 anos e quando estudava em escola pública, uma das disciplinas era a prática da educação física acompanhada de várias modalidades. Mas essa realidade foi abandonada e isso é muito ruim. Ficou muito por conta dos gestores municipais definir se quer ou não aquela atividade física na escola. Diante disso, uma das coisas que a gente tem batalhado muito na Comissão do Esporte é fazer com que o esporte esteja no calendário acadêmico das escolas. Quando se fala em esporte, pensamos muito nas modalidades de alto rendimento, mas para alguém chegar nessa fase, precisa ter passado antes pela base. E a gente sabe que tudo acontece nas escolas e, justamente por isso, uma das nossas preocupações é avançar com os debates para concretizar o Plano Nacional de Esporte e o Sistema Nacional de Esporte. Esses dois planos que estamos trabalhando serão unificados e se tornarão uma lei que vai possibilitar que todas as escolas do ensino fundamental tenham a garantia da participação na prática esportiva ou em atividades físicas. Sabemos que nem todo mundo deseja ser um esportista, mas pelo menos terá a oportunidade de ter uma vida mais saudável, diferente da realidade que estamos tendo hoje. Pasmem vocês, uma pesquisa feita pelo próprio ministério constatou uma realidade triste: mais de 50% da população brasileira não pratica nenhum tipo de atividade física! Isso significa que nós temos crianças, jovens, adultos e pessoas idosas doentes. Dessa maneira, nossa preocupação é fazer com que o esporte seja acessível em todas as escolas municipais, tanto é que esse plano irá definir a responsabilidade dos gestores municipais, estaduais e do governo federal. Cabe à união, a criação de um fundo para que esses municípios possam ter os recursos assegurados para fazer com que a atividade física seja uma obrigação de todos os diretores de escolas. Isso vai permitir que os estudantes tenham acesso ao esporte e possam ter a base para a formação de alto rendimento.

 

Agência PRB Nacional – Vamos falar agora sobre a Bahia, como o senhor tem utilizado o mandato em benefício do povo baiano. Quais têm sido os principais projetos do senhor para o Estado?

Márcio Marinho – O nosso mandato é sempre muito humanista. Eu não represento grupos empresariais grandes, pelo contrário, os meus votos são de pessoas simples, humildes e que prezam muito pelo respeito ao próximo. Eu tenho procurado usar da força do mandato para corresponder as expectativas do meu eleitorado. Na TV baiana, eu apresento o programa Patrulha do Consumidor para defender os direitos das pessoas na relação de consumo. Isso é muito positivo e temos ajudado bastante os nossos eleitores e o Estado da Bahia como um todo. Uma outra coisa que fazemos são as leis aqui (na Câmara dos Deputados). Por exemplo, foi aprovada uma lei de minha autoria sobre a quebra de fidelidade com as empresas de telefonia móvel e TV por assinatura que obrigam os consumidores serem fiéis durante um ano. A lei está esperando apenas a sanção da Presidência da República.

Sabemos que se o serviço não for prestado a contento, o consumidor tem o direito de fazer o distrato, uma vez que o serviço está ruim. Então, essa é uma forma de atender ao Brasil e o Estado da Bahia com meu mandato. Uma outra lei que aprovamos foi a que garante uma punição mais rigorosa aos bandidos que usam da inocência ou da sinceridade dos idosos para roubá-los na porta dos bancos. A pena para esses bandidos, que é de cinco anos, dobramos e passamos para dez. Inclusive, essa norma já foi aprovada na Câmara e Senado Federal. Com isso, estamos atuando para aumentar a pena dos crimes praticados contra os idosos. E pasmem, boa parte desses criminosos estão dentro da própria casa do idoso.

Do ponto de vista de estarmos mandando recursos para a Bahia, temos feito isso com o viés da ação social. Eu acredito que por meio do esporte é possível sim tirar as pessoas do mundo das drogas. Por isso, tenho encaminhado muitos recursos para construção de quadras poliesportivas e campos de futebol para que a comunidade possa, realmente, participar de alguma atividade esportiva. Quando uma quadra coberta é construída em determinado distrito, isso traz muitos benefícios para a comunidade local. Naquele espaço, é onde se faz o casamento, o batizado, as reuniões da associação, a festa, o São João e todos os demais eventos da comunidade.

Com esse mesmo prisma, temos colocado recursos na construção de policlínicas, reformas de hospitais e pavimentação em várias cidades. Existem cidades que têm uma dificuldade enorme com a falta de recursos. Na Bahia, em que temos 417 municípios e somente 39 deputados federais, ou seja, são muitos municípios para serem atendidos e poucos parlamentares federais representantes. Procuramos justamente enviar recursos para a construção de praças, calçamentos e demais obras importantes. Onde há aquela tomada de barro, as pessoas possam ter uma pista bonita para que no final de semana passam visitar os amigos e se reunir nas praças e colocar as conversas em dia. E tem mais, temos procurado mandar os equipamentos para os conselheiros tutelares por meio da Secretaria dos Direitos Humanos, para que esses possam receber veículos, computadores, impressoras, bebedouros e geladeiras. É uma reestruturação que a gente faz para que os conselheiros tutelares possam ter dignidade para trabalhar e possam fazer esse trabalho com maestria, correspondendo com os anseios da população que precisa de atenção. Então, as ações políticas de nosso mandato têm sido pautadas com essa três vertentes: saúde, educação e direitos da criança e do adolescente.

 

Márcio Marinho – O senhor foi presidente do PRB Bahia e conheceu de perto a realidade do Estado. Qual é a expectativa para as eleições 2016?

Márcio Marinho – O PRB vem crescendo no Estado da Bahia com rapidez. Em 2008, foi a nossa primeira eleição, fizemos 70 vereadores, 1 prefeito e dois vice-prefeitos. Já em 2012, saltamos para 121 vereadores, 3 prefeitos e, agora, já estamos com 12 vice-prefeitos. Observe que estamos numa crescente. Em 2016, certamente vamos ampliar muito esses números. A nossa vitória em relação à bancada de deputados federais impactou bastante em várias situações. Ampliamos o tempo de televisão e rádio, aumentamos o fundo partidário e conquistamos várias outras questões que vão permitir a ampliação do PRB no Brasil inteiro. Na Bahia, temos uma meta ousada. Eu tenho acompanhado o esforço e dedicação da deputada federal Tia Eron para ampliar a força do partido. Já estamos com o PRB em quase todos os municípios e já temos vários pré-candidatos a prefeito com reais chances de vitória, ou seja, a expectativa que o presidente nacional Marcos Pereira deseja que a gente atinga em 2016 na Bahia, certamente, sem sombra de dúvidas, vamos superar essa meta. Até porque estamos trabalhando com muita força para que isso seja realizado. Vamos triplicar o número de vereadores e prefeitos. Nesse momento em que estamos vivendo uma grande crise política, o PRB não tem envolvimento com absolutamente nada. Muitas pessoas e lideranças políticas têm nos procurado para participar do partido. São lideranças em quantidade e qualidade. Eu tenho certeza que 2016 vai ser o ano do PRB no Brasil e na Bahia.

 

Agência PRB Nacional – Ao povo da Bahia e aos republicanos de todo país, qual a mensagem que o deputado federal Márcio Marinho pode deixar?

Márcio Marinho – Peço ao povo da Bahia e do Brasil que estejam conosco. O PRB tem uma missão de fazer política descente, que possa realmente representar os brasileiros e povo do Estado da Bahia. Vivemos um momento de crise, mas não podemos deixar esses problemas abalar nosso sonho de fazer o melhor pelo Brasil. Vamos atravessar esse momento difícil, mas é importante ter consciência de que o poder de mudança está nas suas mãos. Use esse poder para o melhor para o seu estado, município e pelo Brasil. Eu estarei aqui durante todo o meu mandato fazendo o melhor para representar o povo.

 

Texto: Maurizan Cruz / Liderança do PRB, especial para Agência PRB Nacional
Foto: Roberto Ribeiro / Ascom – Liderança do PRB

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