Marcos Pereira

Presidente Nacional do PRB

Publicado em 24/12/2012 - 00:00 Atualizado em 18/6/2020 - 11:32

Dizem que o melhor momento da vida de um político é o intervalo entre o resultado positivo das eleições e a posse. Enquanto muitos aproveitam para descansar ou usufruir da popularidade de ser eleito, outros começam a pensar adiante. A ler com lupa os resultados tanto positivos como negativos. A refletir sobre eles, ou, como define o presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, “a aprender com os erros e aprimorar os acertos”. Sem poder dedicar muito tempo às comemorações, nem ceder espaço a tergiversações sobre os resultados menos positivos, Pereira já se entrega de corpo e alma a 2014. Para o presidente republicano, as próximas eleições começaram no dia em que foram divulgados os resultados das últimas.

Entrevista

1 – Como o senhor avalia o resultado das eleições de 2012 para o PRB?

Marcos Pereira – Eu avalio de forma bastante positiva. Nós aumentamos o número de vereadores em aproximadamente 54% e o número de prefeitos em 42%. Saímos de 780 vereadores para 1.204 e de 54 prefeitos para 79. Os números já são bons, mas se levarmos em consideração ainda que esta é a segunda eleição municipal que nosso partido disputa em sua história, um partido jovem, com apenas sete anos, veremos que foi um crescimento expressivo e bastante positivo.

2 – Alguns observadores políticos apontam que a resistência do PRB em não partir para o ataque contra os adversários pode ter influenciado alguns resultados, como o caso de Russomanno em São Paulo. O senhor concorda? Acha que o PRB no futuro deve ceder ao maquiavelismo de “os fins justificam os meios”?

Marcos Pereira – Essa postura que nós tivemos, especialmente em São Paulo, de não fazer ataques, foi baseada em uma pesquisa qualitativa na qual o eleitor paulistano apontou que não gostaria de ver baixarias na eleição, como ataques pessoais etc. O que o eleitor esperava era a apresentação de propostas. O que ele queria era discutir as melhorias de sua cidade, seus problemas e possíveis soluções. O que nos deixou ainda mais entusiasmados, pois essa sempre foi a proposta do PRB, desde que foi criado. E foi isso que nós fizemos e é isso que continuaremos, ou pelo menos tentaremos continuar fazendo.

3 – Certos veículos vieram com a informação de que o senhor teria sugerido o nome de Russomanno como vice de Alckmin (NR: Governador de São Paulo e provável candidato à reeleição) em 2014. Até onde isso é verdade?

Marcos Pereira – O Celso Russomanno será candidato em 2014. A que? As pesquisas dirão. Essa matéria que saiu em um determinado veículo, infelizmente, foi um tanto quanto distorcida. O jornalista me perguntou e eu respondi: “Ele será candidato, agora para que cargo, as pesquisas dirão” e continuei, “ele poderá ser candidato a governador, poderá ser a senador, deputado, vice…”. Então, o jornalista me perguntou: ”Vice do Alckmin?”, no que respondi: “sim, até vice do Alckmin, ou do Padilha, do Mercadante… por que não?”. Mas aí, ele publicou só do Alckmin… Mas isso é passado. O fato é que Russomanno será candidato. Para qual cargo? As nossas pesquisas vão indicar.

4 – Hoje já temos prefeitos, vereadores, senador, ministros, deputados estaduais e federais. O partido vai trabalhar para lançar nomes aos governos estaduais?

Marcos Pereira – Sem dúvida. Com certeza. Sabemos das dificuldades em questões, como, por exemplo, tempo na televisão, mas já estamos trabalhando para trazer novos nomes e novas lideranças. E, em tendo nomes competitivos, apresentaremos esses nas disputas de alguns estados.

5 – O senhor vai retomar as viagens pelos estados. Há perspectivas de mudanças nos comandos estaduais? E se sim, serão levados em consideração os resultados nãos eleições?

Marcos Pereira – As viagens dependem de convites. Se me convidarem, eu irei. As mudanças nos comandos, a priori, não. Haverá algumas mudanças, como, por exemplo, em Pernambuco, caso que já foi até anunciado pela imprensa local. Haverá mudanças, mas pontuais. Mas cada estado é que vai apontar-nos a necessidade de mudança e, principalmente, o momento da mesma.

6 – Diante do crescimento da militância feminina do partido, o PRB pretende trabalhar algum nome como destaque desse universo feminino?

Marcos Pereira – Sim, o PRB sabe da importância da força da mulher na própria formação do partido. A militância feminina é uma das mais atuantes entre todas as nossas militâncias e nós estamos trabalhando nomes. Não só por serem femininos, mas por serem lideranças incontestáveis que são mulheres. Também no universo feminino, o PRB prioriza a qualidade antes da quantidade. E, felizmente, nossa militância tem demonstrado que essa é nossa tendência.

7 – O senhor tem, reiteradas vezes, falado que o PRB não vai se afastar das diretrizes éticas que norteiam o partido. Já houve alguma proposta feita ao PRB que possa ser considerada pouco republicana?

Marcos Pereira – Sim. E foi prontamente rechaçada.

8 – Que lição o PRB leva das eleições de 2012 para 2014?

Marcos Pereira – São eleições muito diferentes. As eleições de 2012 foram municipais, as de 2014 são gerais. As primeiras com foco na realidade local, enquanto as próximas com abrangência maior, inclusive ideológica. Mas, em resumo, acredito que devemos aprender com os erros e aprimorar os acertos.

9 – O que o militante do PRB deve esperar do partido em 2013?

Marcos Pereira – Esperar e ter certeza de que continuaremos sendo guiados por nosso compromisso com a ética. Que continuaremos coerentes. Pode esperar renovação nos quadros, pois um partido tem que estar sempre aberto e apto a ser oxigenado por novas ideias e propostas.

10 – Qual a mensagem que o senhor deixaria para os companheiros recém-eleitos ou reconduzidos aos cargos?

Marcos Pereira – A mensagem foi passada pela confiança depositada nas urnas. E ela diz basicamente que os eleitos devem honrar o nome do partido e os votos que receberam dos eleitores. Particularmente, espero que cuidem muito bem da “res pública”, da “coisa pública”, exercendo seus mandatos com ética, com transparência, com coerência em relação às propostas apresentadas no processo eleitoral e, sobretudo, buscando fazer o melhor não só para as pessoas que acreditaram neles depositando os votos, mas para todos os cidadãos que viverão, no mínimo por quatro anos, sob os efeitos de seus mandatos.

Por Paulo Gusmão – Especialmente para o Portal PRB
Foto: Douglas Gomes

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